terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pressão Arterial


Pressão arterial (PAS e PAD)

A cada contração ventricular, uma dada quantidade de sangue entra na artéria aorta, distendendo o vaso e criando assim uma pressão dentro da mesma. A distensão e o recolhimento das paredes do vaso se propagam como uma onda ao longo de todo o sistema arterial. Durante o repouso, a maior pressão que é gerada pelo coração, com o intuito de levar o sangue por todo o sistema vascular, é de cerca de 120 mm Hg (em indivíduos sadios) durante a contração do ventrículo esquerdo ou sístole (BERNE & LEVY, 1992).
Á medida que o coração relaxa, e consequentemente ocorre o fechamento da válvula aórtica, o recolhimento elástico natural da aorta e de outras artérias faz com que uma pressão contínua seja mantida, garantino um fluxo sanguíneo estável por toda a periferia, até que uma nova sístole ocorra. Durante esta fase de relaxamento ou de diástole do ciclo cardíaco, a pressão sanguínea no sistema arterial cai para valores de cerca de 70 a 80 mmHg (em indivíduos sadios) (McARDLE, KATCH & KATCH, 2003).
A pressão arterial pode também ser entendida como um produto do débito cardíaco pela resistência periférica total. O que representa a força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias durante o ciclo cardíaco, sendo pois descrita de acordo com a fase do ciclo cardíaco como pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica.
Durante o exercício, as respostas da pressão arterial sistólica e a diastólica são bastante distintas (figs 5 e 6).

Figura 5 – Pressão arterial sistólica durante o exercício


Figura 6 – Pressão arterial diastólica durante o exercício


Em exercícios de característica aeróbia, envolvendo grandes grupos musculares, a pressão arterial sistólica aumenta em proporção direta com o aumento da intensidade do esforço (fig. 5), podendo exceder 200 mm Hg no momento da exaustão. Este aumento da PAS é resultante do aumento do débito cardíaco que acompanha os aumentos na intensidade do exercício e proporciona um fluxo rápido do sangue através da vasculatura. A pressão arterial determina também quanto de líquido deve sair dos capilares para entrar nos tecidos, levando consigo os nutrientes necessários para a atividade sendo realizada. Desta maneira, podemos assumir que o aumento da pressão arterial sistólica é necessário e, auxilia no processo de oferta de nutrientes pelo sistema cardiovascular (WILMORE & COSTILL, 2001).
Já a pressão arterial diastólica praticamente não se altera durante o exercício, mais especificamente durante os exercícios aeróbios, independentemente da intensidade do mesmo (fig. 6). A pressão arterial diastólica reflete a pressão nas artérias quando o coração está em “repouso” e, não se espera que durante o exercício, qualquer fator altere a pressão arterial durante a fase de relaxamento, ou seja durante a diástole.
Durante o exercício, aumentos de cerca de 15 mm Hg ou mais na PAD são considerados como respostas anormais e podem ser entendidas como um dos sinais para se interromper, por exemplo, uma avaliação ergométrica. (ACSM, 2000).
As respostas da pressão arterial (PAS e PAD) aos exercícios de resistência, tais como levantamento de peso, são bem diferentes daquelas observadas durante os exercícios aeróbios. Durante exercícios de resistência de alta intensidade, a pressão arterial pode exceder valores de 480/350 mm Hg e, nestes tipos de exercícios, é muito comum a utilização da manobra de Valsalva. A manobra de Valsalva ocorre quando a pessoa tenta exalar o ar enquanto a boca, o nariz e a glote estão fechados. Isto causa um aumento exagerado na pressão intra-torácica, fazendo com que grande parte do aumento da pressão arterial se dê na tentativa do organismo de suplantar a elevada pressão interna causada pela manobra (WILMORE & COSTILL, 2001).

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