terça-feira, 20 de outubro de 2009

CAPACIDADES FÍSICAS


1. CAPACIDADE FÍSICA
DEFINIÇÃO: competência ou qualidade do indivíduo relacionada ao seu desempenho físico.
a) determinada principalmente pelos processos bioquímicos, fisiológicos e morfológicos do indivíduo;
b) geneticamente estabelecida e relativamente permanente e estável (MAGGIL, 2000 e SCHMIDT e WRISBERG, 2001)
Exemplos: força, resistência, flexibilidade, velocidade etc

2. RESISTÊNCIA:
“É a capacidade de resistir ao cansaço, isto é, executar pelo maior tempo possível uma atividade, sem diminuir a qualidade do trabalho.” (Barbanti, 1979)

2.1 Resistência aeróbia (aeróbica) – Habilidade de desempenhar numerosas repetições de uma atividade fatigante, que requer o uso considerável dos sistemas circulatório e respiratório. (Gallahue, 2001). É a capacidade de executar pelo maior tempo possível uma atividade obtendo energia pela via metabólica aeróbica (presença deO2)

2.2 Resistência anaeróbia (anaeróbica) – Capacidade de realizar um trabalho de intensidade máxima ou submáxima com insuficiente quantidade de oxigênio durante um período de tempo inferior a 3 minutos. (Lambert, 1987). É a capacidade de executar pelo maior tempo possível uma atividade com insuficiente quantidade de oxigênio (via glicolítica). (LAMBERT, 1987)

2.3 Fatores Determinantes da Resistência
a. AERÓBICA:
1) tipo de fibra muscular (capacidade oxidativa)
2) obtenção de O2 (mioglobina, sangue, capilarização, arteríolas, artérias, coração, pulmão, veia...)
3) reservas de energia (glicogênio, gordura...)
4) coordenação intra e inter-muscular

b. ANAERÓBICA:
1) mesma da aeróbica
2) tamponamento (substâncias alcalinas)

2.4 Mensurações do Metabolismo Aeróbico
a. VO2máx: “é a maior quantidade de O2 que pode ser consumida pelo organismo durante o esforço físico” (PITANGA, 2005)
b. Limiar anaeróbico: é a intensidade de esforço até onde os processos de produção e remoção de ácido láctico estão equilibrados não existindo seu acúmulo.
c. Limiar aeróbico: é a intensidade de esforço até onde os processos de produção de energia pela via aeróbica(CK e CR) estão equilibrados não existindo acúmulo de ácido lático.

2.4 Desenvolvimento da Resistência
a. 1ª INFÂNCIA: sem pesquisa
b. INFÂNCIA: crescimento moderado, porém maior nos meninos (meninas 75% dos meninos)
c. PUBERDADE: rápido crescimento nas meninas dos 09 aos 13 anos e nos meninos dos 11 aos 15 anos devido ao aumento da massa muscular (hipertrofia). Valores bem maiores para os meninos.
d. PÓS-PUBERDADE: diminuição dos valores relativos nas meninas devido ao aumento da massa gorda e do sedentarismo

3. VELOCIDADE: “É a capacidade de efetuar em um mínimo de tempo um determinado movimento.” (Lambert, 1987). Divide-se em acíclica (agilidade) e cíclica.

3.1 Fatores Determinantes da Velocidade
a. Volume (diâmetro) do músculo
b. Tipo de fibra
c. Coordenação intra e inter-muscular
d. Ciclo de encurtamento e estiramento do músculo

3.2 Desenvolvimento da Velocidade
a. 1ª INFÂNCIA: rápido crescimento devido à melhora da coordenação muscular. Valores semelhantes entre meninos e meninas
b. INFÂNCIA: crescimento moderado, porém maior nos meninos devido à transformação de fibras indefinidas em tipo II
c. PUBERDADE: rápido crescimento nas meninas dos 09 aos 13 anos e nos meninos dos 11 aos 15 anos devido ao aumento da massa muscular (hipertrofia). Valores bem maiores para os meninos
d. PÓS-PUBERDADE: diminuição nas meninas devido ao aumento da massa magra e aumento do sedentarismo
e. EFEITOS DO TREINAMENTO: ganhos devido à melhora da coordenação intra e inter-muscular

Frederich (1977), ao testar a velocidade de corrida de cinco grupos de crianças de 3 a 5 anos de idade na corrida de 20 jardas, encontrou melhora linear com a idade; no entanto, não encontrou diferenças relevantes entre os sexos.

Keogh (1965) apontou que, aos 6-7 anos, meninos e meninas têm velocidade de corrida semelhante; porém, no intervalo dos 8 aos 12 anos, os meninos superam as meninas.
A velocidade de movimento, em regra, melhora até aproximadamente a idade de 13 anos, tanto em meninos como em meninas. Após isso, todavia, as meninas tendem a estabilizar-se e às vezes regredir, enquanto que os meninos tendem a continuar melhorando esse índice nos anos da adolescência.

4. FLEXIBILIDADE: “É a capacidade de efetuar movimentos de grande amplitude articular. É medida em graus angulares, de uma forma ativa que mobiliza grupos musculares das articulações envolvidas, ou então de uma forma passiva que recorre a forças externas. Essas duas formas, combinadas ou não, são utilizadas para exercitar a flexibilidade.” (Lambert, 1987)

4.1 Flexibilidade estática – escala de movimento alcançado por um alongamento lento e firme.
4.2 Flexibilidade dinâmica – escala de movimento alcançado por um alongamento rápido.

4.3 Fatores Determinantes da Flexibilidade
a. Estrutura articular (óssea...)
b. Massa muscular (tônus, alongamento...)
c. Tendões, ligamentos, cápsulas e pele
d. Sexo

4.4 Desenvolvimento da Flexibilidade
a. 1ª INFÂNCIA: diminuição devido predominantemente à ossificação
b. INFÂNCIA: diminuição devido ao crescimento em geral
c. PUBERDADE: grande diminuição devido predominantemente ao aumento da massa muscular
d. PÓS-PUBERDADE: diminuição devido ao aumento da massa magra e do sedentarismo
e. EFEITOS DO TREINAMENTO: maiores ganhos devido à melhora do alongamento muscular e articular

Huppert e Sigerseth (1950): a flexibilidade dinâmica nos ombros, joelhos e articulação diminui com a idade (pesquisas com crianças de 6 a 12 anos).

Clarke (1975): a flexibilidade começa a declinar em meninos por volta dos 10 anos de idade, e em meninas por volta dos 12 anos.

O estudo de aptidão juvenil e infantil II (EUA, 1987) concluiu que as meninas são ligeiramente mais flexíveis do que os meninos.

A flexibilidade pode ser mantida ou até mesmo aumentada com a técnica apropriada e com certos equipamentos de treinamento. (Duda, 1986)

Micheli e Micheli (1985) relataram menos flexibilidade em meninos e meninas na explosão de crescimento pré-púbere. A razão para isso é que o crescimento ósseo precede o crescimento de tendões e de músculos.Como resultado, as unidades músculo-tendinosas contraem-se.


5. EQUILÍBRIO: “Estado em que todas as forças atuantes sobre o corpo se anulam, quer dizer, a resultante é igual a zero.” (Barbanti, 1979)
“Habilidade de manter o equilíbrio em relação à força da gravidade.” (Gallahue, 2001)

6. COORDENAÇÃO: “É uma função do sistema nervoso central e da musculatura esquelética exigida em uma seqüência cinética dirigida.” (Hollman, 1980)

7. FORÇA: “É a capacidade de um músculo de contrair-se contra uma resistência e de manter contra essa resistência a tensão desejada.” (Hollmann, 1980)

7.1 Força máxima – É a maior força muscular possível que um atleta pode desenvolver, independente de seu peso corporal. (Barbanti apud Nett, 1979)

7.2 Força rápida (explosiva) (também conhecida como potência) – é a capacidade do sistema neuromuscular de dominar resistências com a mais alta velocidade de contração possível (WEINECK, 2005)

Frederich (1987) encontrou aumentos anuais significativos no salto vertical, no salto em distância e no arremesso, em crianças entre 3 e 5 anos de idade. Os meninos superaram o desempenho das meninas em todas as mensurações, em todas as faixas etárias. Os mesmos resultados, no arremesso, foram encontrados por Keogh (1965), em meninos e meninas entre 6 e 12 anos de idade.

7.3 Resistência de força – É a capacidade de resistência dos músculos ou grupos musculares contra o cansaço com repetidas contrações dos músculos, quer dizer, com trabalho de duração da força. (Barbanti, 1979). É a capacidade de resistir à fadiga da musculatura em desempenho de força de longa duração (WEINECK, 2005).

7.4 Fatores Determinantes Da Força

a. MÁXIMA: Volume (diâmetro) do músculo, tipo de fibra e coordenação intra-muscular
b. RÁPIDA: Volume (diâmetro) do músculo, tipo de fibra e coordenação intra e inter-muscular e ciclo de encurtamento e estiramento do músculo
c. RESISTENTE: Volume (diâmetro) do músculo, tipo de fibra e metabolismo (obtenção de energia)

7.5 Desenvolvimento Da Força
a. 1ª INFÂNCIA: rápido crescimento devido ao aumento da massa magra, por hipertrofia e hiperplasia muscular. Valores semelhantes entre meninos e meninas.
b. INFÂNCIA: crescimento moderado, porém maior nos meninos devido à transformação de fibras indefinidas em tipo II
c. PUBERDADE: rápido crescimento nas meninas dos 09 aos 14 anos e nos meninos dos 11 aos 15 anos, devido ao aumento da massa muscular (hipertrofia). Valores bem maiores para os meninos.

7.6 Efeitos do Treinamento de Força em Crianças
a. As sérias preocupações dos pais, professores, treinadores e profissionais científicos são obscuras, por muitos conceitos falsos e por profissionais desinformados a respeito do treinamento de força, seus perigos e como ele pode ser adaptado para os jovens. (Hamil, 1994, Kraemer e Fleck, 1993)
b. É possível o treinamento de força para crianças, incluindo os pré-púberes ( Blimkie, 1989; Freedson, Ward e Rippe, 1990, Sale, 1989 ).
c. Aumento da densidade óssea e prevenção de lesões em jovens e atletas (Hejna et al, 1982)
d. Aumento do desempenho nos esportes
e. Formação da base de força para o desenvolvimento futuro

FUNCIONAMENTO / ALTERAÇÕES
Volume (diâmetro) do músculo / Pequeno aumento
Tipo de fibra / Aumento das tipo IICoordenação intra-muscular / Grande aumento
Coordenação inter-muscular / Grande aumentoCiclo de encurtamento e estiramento do músculo / Grande aumento
Metabolismo (obtenção de energia) / Grande aumento

8. FORÇA MUSCULAR
8.1 Força máxima
Clarke (1971) utilizou 18 diferentes testes com tensiômetro (indivíduos entre 7 e 17 anos)
- Meninos: melhora anual da força
- Meninas: após a idade de 12-13 anos diferenciam-se notavelmente dos meninos; porém estabilizam-se nessa idade, enquanto que os meninos continuam a ganhar força.
Na pré-escola os níveis são similares, com pequena vantagem para os meninos. Embora crescentes, os ganhos de força na infância não são lineares. Portanto, a estimativa dos níveis de força em anos posteriores, baseada em níveis atingidos na infância, oferece pouco em termos de previsão.

8.2 Resistência de força
Os principais testes são: abdominais, flexões de braços e flexões de braços na barra.
A resistência de força é treinável em crianças. Porém, em menor escala que em adultos (hormônios gh e testosterona x coordenação intramuscular)

8.3 Desempenho/Peso
Desempenho de crianças x adultos
- Meninos e meninas: melhora anual

Os níveis de resistência das crianças aproximam-se dos níveis dos adultos (e freqüentemente os excedem) quando ajustados para o peso corporal.

8.4 Hipertrofia muscular
A maioria dos estudos não indicou aumento considerável da massa muscular
Técnicas impróprias e pressão excessiva apresentaram alta correlação com lesões nas placas de crescimento (Gunbs e convidados, 1982)

9. RESISTÊNCIA AERÓBIA
Ästrand (1952): VO2 máx. é 20% treinável e melhora em função da idade até cerca de 18-20 anos.
As mulheres possuem cerca de 75% da capacidade dos homens de consumir oxigênio
- Poucas pesquisas com crianças
- Pesquisas com pouca confiabilidade

Bailey e seus colegas estudaram 200 meninos canadenses por 10 anos, a partir de 7 anos de idade. Os resultados revelaram aumentos anuais de seu VO2 máx. VO2 máx. relacionado ao peso corporal e idade

Krahenbuhl e convidados (1985) notaram que o VO2 máx. relativo ao peso permanecia estável para os meninos, a cada ano, mas declinava para as meninas à medida em que elas avançavam na idade.

Cooper (1968) recomenda um VO2 máx. de 42 para adultos. Meninos mantêm sua margem de superioridade aeróbia em todas as idades.
- Crianças reagem aos protocolos de treinamento adulto?
- Pesquisas inconsistentes
- Melhora do tempo (pouca) mas sem alteração de VO2 máx. desenvolvimento menor que durante a puberdade e fase adulta (Katch, 1983)

Blair (1978) e outros lançaram a hipótese de que as crianças ativas tornam-se adultos ativos. Contudo, a atividade rigorosa somente na infância parece não ser a chave para padrões de atividades posteriores.
- Importância da resistência aeróbia para crianças em relação à saúde: não existem estudos científicos satisfatórios.
- A resistência aeróbia apresenta considerável melhora nos treinamentos de crianças

10. APTIDÃO MOTORA
Os fatores que influenciam mais acentuadamente a aptidão motora são:
- equilíbrio (estático e dinâmico)
- coordenação
- força
- agilidade
- velocidade

Os componentes da aptidão motora podem ser agrupados em fatores de controle motor e fatores de capacidades físicas.

A coordenação liga-se aos componentes da aptidão motora de equilíbrio, velocidade e agilidade. Porém, não está intimamente alinhada à força e à resistência.




11. COMPOSIÇÃO CORPORAL
Tendência secular para o aumento de gordura (padrões de atividade física x hábitos nutricionais)
Atletas x indivíduos normais
- Crianças obesas são menos ativas
- Hábitos de atividade física na vida são formados na infância
- Programas de redução de obesidade servem de meio valioso para diminuição de riscos à saúde
- Quantidade maior de gordura em meninas

Segundo Maud e Foster (1995), a composição corporal é classificada:
- Quimicamente
- Gordura
- Proteína
- Carboidrato
- Água
- Minerais

12. CRIANÇAS ATIVAS x CRIANÇAS INATIVAS
“Viver na cidade, morar em apartamento e desfrutar do onipresente aparelho de TV são fatores que têm criado estilos de vida sedentários para muitas crianças” (Duran apud Gallahue, 2001)

Definição incompleta de aptidão física
Definição incompleta de padrões ideais

13. DIFICULDADES DOS TESTES DE APTIDÃO FÍSICA EM CRIANÇAS

a) Ser capaz de motivar suficientemente a criança para obter um desempenho máximo
b) Determinar precisamente se um esforço máximo foi atingido
c) Superar os receios dos pais ansiosos

Um comentário:

Anônimo disse...

achei o que eu queria muito obrigado""""""""" d++++++