quarta-feira, 25 de novembro de 2009
METODOLOGIAS OU ESTILOS DE ENSINO
Estilo de ensino - Comportamento ou postura do professor frente ao que pretende ensinar, à estrutura da aprendizagem e aos alunos.
Metodologias buscam: (1) processo de aprendizagem individualizado e (2) processos cognitivos que são fundamentalmente na aprendizagem.
A escolha de um determinado estilo ou metodologia pode levar ao ensino de:
REPRODUÇÃO
(voltado para conteúdo – professor)
TRANSFORMAÇÃO
(voltado para aprendizagem – aluno)
Um dos prestigiosos trabalhos neste campo, é o do ESPECTRO DE ESTILOS DE ENSINO, idealizado por Mosston.
Baseado na tomada de decisões, relacionada com as fases do planejamento, orientação e controle da aprendizagem.
Tomada de decisões – evolui, segundo uma transferência de competência, do professor ao aluno – vai de um estilo por comandos a um estilo baseado na resolução de problemas.
• POR COMANDO – o professor define como os alunos executam as tarefas. Ele é o elemento preponderante, com um papel bem definido.
• POR TAREFA – o professor define qual a tarefa a ser executada pelos alunos.
• POR AVALIAÇÃO RECÍPROCA – o professor delega aos alunos a avaliação da aprendizagem.
• POR PROGRAMAÇÃO INDIVIDUALIZADA – baseia-se no princípio do trabalho individualizado (respeito às diferenças).
• POR DESCOBERTA ORIENTADA – o professor conduz de modo indireto o aluno a descobrir como resolver uma “inquietação”.
• POR SOLUÇÃO DE PROBLEMAS – o professor propõe alguns problemas motores e age como facilitador.
“A SEQUENCIA ACIMA DEMONSTRA UM AUMENTO GRADATIVO DO NÍVEL DE INDEPENDÊNCIA DO ALUNO AO EXECUTAR TAREFAS”
COMANDO
Professor Centralizador (toma decisões – explica, demonstra e avalia).
Aluno receptor – executa o que foi determinado (receptor passivo).
Comportamento hierárquico bem definido.
Baseada no Quadrívero:
1. Demonstração
2. Explicação
3. Execução
4. Avaliação
Professor
– Determina os objetivos da aula
– Escolhe as atividades
– Fornece indicações precisas sobre o que executar
– Avalia quase sempre de forma subjetiva e corrige.
– Não se preocupa com as dificuldades dos alunos.
– Procura levar o aluno ao aprendizado dos conteúdos através da imitação de um padrão de execução julgado ideal.
Conteúdos
– Assumem um valor quase absoluto e autônomo, os quais os educandos devem conformar-se, aprendendo-os sem terem possibilidades de introduzir algo pessoal.
– Estruturados num esquema mecanicista, segmentário, onde o estático predomina sobre o dinâmico.
Aluno
– Elemento passivo
– A ele compete somente executar, obedecendo as decisões tomadas pelo mestre.
– Cabe compreender o que o professor propõe e executar após as vozes de comando.
Objetivos
– São formulados em função das atividades de ensino a serem desenvolvidas pelo docente.
Metodologias
– Utilização de situações didáticas que só dão margem a uma resposta.
Estratégias
– Baseiam-se no emprego das demonstrações e na utilização de VOZES DE COMANDO para determinar:
a) tomada de uma posição
b) execução de um exercício
c) execução de um movimento
d) uma formação
e) uma forma de trabalho
– As vozes de comando são empregadas com a técnica clássica de voz de advertência, intervalo e voz de execução.
– Tudo está previsto (duração exata das sessões, número de repetições, ritmo de emprestar)
– Incentivo à participação – baseia-se no temor do professor e no medo do fracasso.
TAREFA
Primeiro passo de um ensino centrado no aluno.
Mudança na relação professor – aluno – comunicação, organização e ambiente social.
Organização livre – o professor move-se livremente pelo espaço.
Demonstração – a proximidade física do professor promove uma melhor observação.
Dispersão e reunião – servem para romper a monotonia.
Atividades – uma para toda a classe ou variadas com diferentes níveis de dificuldade.
Professor
– Determina os objetivos e a atividade.
– Decide quantidade e qualidade considerando as diferenças.
– Não determina a distribuição dos alunos pelo espaço.
– Demonstra e explica, mas não decide tempo e intensidade.
– Fica liberado para motivar e corrigir.
– Avalia de modo diferenciado cada tarefa (individualidade).
Conteúdos
– São apresentados sob a forma de tarefas
a) uma única tarefa é apresentada para toda a turma, podendo ser realizada segundo diferentes padrões de desempenho (número de repetições, carga, duração, intensidade, etc)
b) diferentes tarefas são propostas para toda a turma, algumas vezes em seqüência que permite realizar uma habilidade ou movimento complexo.
c) Diferentes tarefas ligadas a uma mesma habilidade ou um movimento complexo, mas podendo ser realizada segundo diferentes padrões de desempenho.
– Impõe uma preparação prévia
– A distribução de tarefas em diferentes estações facilita o controle por parte do professor.
Aluno
– Não participa do planejamento da aula.
– Tem a responsabilidade outorgada de escolher entre as tarefas propostas pelo professor, as que deseja realizar.
– Escolhe também o padrão de desempenho.
– Determina o momento de começar e terminar
– Desenvolve conhecimento sobre a própria capacidade.
– Torna-se menos dependente quanto à orientação espacial e relação interpessoal.
– Determina ritmos e intensidades próprios.
– Realiza livremente a atividade proposta, causando maior motivação.
– Inicia um desenvolvimento gradual da autoavaliação.
Objetivos
– São escolhidos em função de modificações dos comportamentos dos alunos.
Metodologia
– Proporciona um certo grau de individualização e favorece, até certo ponto, uma auto-avaliação.
AVALIAÇÃO RECÍPROCA
Segundo passo na direção de tornar o aluno independente.
Professor – tem ainda um papel preponderante no processo
Trabalho em duplas – executor e observador.
Comunicação - oral, visual e escrita.
O professor corrige o observador e este corrige o executor.
Relação de confiança – professor/aluno e aluno/aluno.
Professor
– Escolhe os objetivos, seleciona as estratégias e impõe a organização
– Delega aos estudantes a avaliação da aprendizagem, mas estabelece critérios para que a mesma seja efetuada.
– A atenção do professor se concentra mais nos avaliadores do que nos executantes.
– Três ciclos:
a) uma só tarefa de cada vez;
b) uma série de exercícios correlacionados, vinculados a uma mesma atividade;
c) um programa de exercícios escolhidos entre atividades variadas.
Aluno
– Autonomia aumentada no que concerne às atividades de avaliação de aprendizagem
Objetivos
– Objetivos traduzindo o comportamento observáveis dos alunos, para que seja possível a avaliação recíproca
– Devem ser enunciados de maneira clara e precisa
Metodologia
– Consiste em fornecer aos alunos os critérios que serão utilizados por eles mesmos para avaliarem o desempenho dos colegas.
PROGRAMAÇÃO INDIVIDUALIZADA
Baseia-se no princípio do trabalho individualizado, que pressupõe a existência de diferenças individuais entre os alunos.
Desenvolver a consciência da própria execução.
Aprender a observar e avaliar com critério a própria execução.
Conseguir independência de fontes externas de feedback.
Aceitar as próprias limitações e buscar critérios por melhor desempenho.
Processo de individualização e tomada de decisões.
Professor
– Planeja a aula com tarefas para cada aluno.
– Observa a aula e a maneira de utilizarem a auto avaliação (folha de tarefa).
– Oferecer feedback individual e comentários gerais.
Aluno
– Executa a tarefa em seu próprio ritmo e utiliza a folha de tarefa para seu próprio feedback.
– Desenvolve o senso de responsabilidade e iniciativa.
– Trabalha individualmente, identifica suas limitações.
– Se auto-avalia em busca de um melhor desempenho.
Conteúdos
– Apresentados sob a forma de programas individualizados:
a) programa individualizado por tarefas (o aluno recebe uma lista de tarefas a realizar individualmente.
b) Programa individual quantitativo (o aluno determina um máximo ara si em relação a uma determinada tarefas).
c) Programa individual qualitativo (o aluno decide em relação a um nível qualitativo de desempenho que ele julga ajustado à sua capacidades.
d) Programa individual combinado (o aluno determina seus níveis de desempenho em relação aos aspectos qualitativos e quantitativos.
Objetivos
– São formulados em termos de modificações comportamentais dos alunos. Os padrões mínimos de rendimento são deixados a critério do aluno.
Metodologia
– Baseada no princípio da existência de diferenças individuais entre os alunos.
DESCOBERTA ORIENTADA (OU DIRIGIDA)
O domínio cognitivo passa a ter um lugar importante como o motor e o afetivo.
Qualquer habilidade implica obviamente algum conhecimento.
Todo o indivíduo necessita adquirir conhecimentos e informações.
Professor começa a perder seu papel onisciente e onipotente.
Professor
– Papel de elemento incentivador, orientador e controlador de atividades formativas e informativas aos alunos.
– Conduz o aluno de uma maneira indireta ao conhecimento.
– Conduz o processo usando questões que possam conduzir à solução buscada.
Conteúdos
– Passam a ser ligados aos três domínios propostos por BLOOM para os objetivos do ensino.
Objetivos
– São os comportamentos desejados.
Aluno
– Passa a ser o centro do processo educativo
Metodologia
– Baseia-se na teoria da dissonância cognitiva de Festinger, que considera que uma irritação cognitiva produz uma necessidade de busca de uma solução que suprimirá a causa da irritação.
Estratégias
– São usadas para:
a) recordar informações e conhecimentos ou habilidades psicomotoras;
b) servir de elemento incentivador, de modo a provocar a motivação dos alunos;
c) estimular a reflexão e dirigir o raciocínio do aluno;
d) ajudar a efetuar avaliações e retificações da aprendizagem;
e) introduzir nos conteúdos.
SOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Ocupa a posição de maior destaque no espectro de estilos de ensino.
Acarreta mudanças fundamentais no papel e nas atitudes do professor, uma vez que se trata menos de ensinar do que ajudar os alunos a aprender.
Aprender a resolver problemas
Professor
– Passa a ser o fator humano incentivador, orientador e assessor do aluno
– Exige maiores responsabilidades dos professores.
– Desempenha um papel de facilitador, conselheiro, dinamizador.
Aluno
– Colocado, verdadeiramente, no centro do processo educativo.
– Passa a ser elemento ativo, formulando problemas, buscando respostas, procurando descobrir.
Estratégia
– Parte de uma situação inicial que aguce a curiosidade dos alunos.
– Elaborar uma situação problema cuja solução implicará precisamente a busca e a aquisição do comportamento desejado, expresso no objetivo.
– Determinação dos problemas:
a) problemas espontâneos (oriundos de situações de aprendizagem naturais)
b) problemas suscitados (idealizados e apresentados pelo professor)
c) problemas construídos ( feitos pelo professor)
Objetivos
São definidos em termos comportamentais e formulados operacionalmente, com base na situação inicial.
Referência bibliográfica
FARIA JUNIOR, A. G., CORRÊA, E. S. & BRESSANE, R. S. Prática de ensino em Educação Física: estágio supervisionado. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
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7 comentários:
Parabéns e obrigado pelo conteúdo disponibilizado. Atitudes assim fazem com que a profissão cresça cada vez mais.
Que Deus os abençoe!
Alguém tem alguma dinâmica ou atividade para me informar...compartilhar?
Para descoberta orientada.
Para descoberta orientada.
Alguém tem alguma dinâmica ou atividade para me informar...compartilhar?
Gostei muito do conteúdo.
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