quinta-feira, 12 de novembro de 2009
Aproximação aos fatores específicos de condicionamento físico do rendimento em basquetebol.
Autor: Oleg Bregovic
Tradução: Agilson Alves
A análise da atividade competitiva pode fornecer-nos informação relevante sobre os aspectos que mais incidência têm no basquete desde o ponto de vista da condição física. Os trabalhos de diversos autores coincidem em assinalar, como idéia geral, que o basquete é um esporte eminentemente explosivo, no qual deve ser dada especial relevância à força explosiva, ao tempo de reação e à velocidade (cíclica e acíclica).
Com relação às qualidades físicas, as ações que conduzem ao sucesso são as que se realizam em intensidade máxima, dependentes das manifestações Explosivas, Elásticas e Reativas da força, bem como do Tempo de reação e da Velocidade. Por outra parte, a Resistência Específica, permitirá ao desportista repetir estes movimentos de intensidade máxima e curta duração intercalada com curtos períodos de recuperação sem que a precisão se veja comprometida.
A análise dos fatores condicionantes fisiológicos em competição permitiu observar que o sistema energético predominante neste esporte é misto, constatando, não obstante, um grande protagonismo do metabolismo anaeróbico alático (em até 80% para alguns autores) responsável pelo fornecimento energético em ações como: saltos, arrancadas, 1x1... Por outro lado, provavelmente o metabolismo aeróbico deva ser desenvolvido para facilitar a rápida recuperação entre ações e/ou sessões e permitir uma ótima realização destas ações a uma intensidade máxima, mas em sua justa medida e sem interferir no desenvolvimento das capacidades específicas já assinaladas. A este respeito cabe assinalar que o valor de Consumo Máximo de Oxigênio estimado para permitir um bom rendimento não é demasiado alto, estimando-se ao redor de 52/54 ml/kgxmin, que é o achado como valor médio em desportistas de alto nível. A contribuição do metabolismo anaeróbico láctico não é demasiado alta, tendo-se encontrado valores médios de lactato em competição de 3-6 mMol/l, o que nos indica que possivelmente as ações não são repetidas tão freqüentemente para promover a fadiga por acidose e que, provavelmente, a maior parte do lactato produzido durante os períodos de alta intensidade pode ser metabolizado durante as fases de baixa intensidade. Isto se vê refletido no estudo dos tempos de jogo, pois ao redor de 60% dos tempos de jogo ininterrupto têm uma duração entre 11 e 30 segundos, seguidos de uma pausa média ao redor de 30”. Entre os 30 e os 40 segundos de jogo ininterrupto se dão somente 15% das ações de uma partida e como dado importante de cara ao treinamento da resistência, tão somente se registram uma média 3 ações por partida com mais de 100” de jogo ininterrupto.
As principais causas de fadiga em basquete parecem ser, a depleção das reservas de ATP- PC, acumulo de fósforo inorgânico, ADP, amônia, alterações eletrolíticas, desidratação, e em muito menor escala o esgotamento das reservas de glucógeno,a acidose metabólica e outras alterações.
Assim, parece correto pensar que o aspecto primordial do treinamento de Condição Física em basquete deveria estar encaminhado para se atingir a um alto nível de prestação nas capacidades específicas que determinam o rendimento em basquete, como o salto, o tempo de reação, a aceleração em diferentes direções de movimento ou a força explosiva em suas manifestações mais reativas, que permitam realizar com um alto grau de eficácia ações tão importantes como um 1x1, pegar rebotes, chegar em uma ajuda, em um 2x1, sair em contra- ataque… E ser capaz de repetir estas ações com o máximo grau de intensidade e eficácia ao longo de toda a partida e/ou campeonato. Para isso é fundamental orientar as cargas para:
• Desenvolver ao máximo a eficiência do metabolismo anaeróbico alático, tanto em capacidade quanto em potência.
• Dotar os jogadores de uma potência e capacidade aeróbica adequada para uma melhor recuperação entre esforços e uma mais eficiente repetição dos mesmos ao longo de um jogo ou um ciclo de treinamento.
• Assegurar uma boa resposta ocasional do metabolismo anaeróbico lático mediante estímulos pontuais introduzidos no planejamento que permitam um desenvolvimento adequado desta capacidade.
• Um adequado planejamento de meios sinérgicos, como o desenvolvimento da flexibilidade, profilaxia de lesões, coordenações gerais e dirigidas, que completem o processo de treinamento de uma maneira mais eficaz.
• Conseguir uma adaptação dirigida transferível à estrutura competitiva do basquete, primando os conteúdos específicos e individualizando as cargas segundo as necessidades de cada jogador sempre que seja possível.
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