
No final da década de 1970, surgem novos movimentos na Educação Física escolar.
Atualmente, coexistem na área de Educação Física várias concepções;
Tentativa de romper com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional.
São elas:
• Psicomotricidade;
• Desenvolvimentista;
• Construtivista;
• Crítico-superadora;
• Crítico-emancipatória;
• Saúde renovada;
• PCN’s
PSICOMOTRICIDADE
Inicialmente divulgada em programas de escolas especiais para alunos portadores de deficiência física e mental.
Primeiro movimento que surge em oposição aos modelos anteriores (higienista, tecnicista, esportivista, tradicional);
O envolvimento da Educação Física é com o desenvolvimento da criança, com o ato de aprender, com os processos cognitivos, afetivos e psicomotores;
Procura garantir a formação integral do aluno
Valorização do conhecimento de origem psicológica.
Autor: Jean Le Bouch (francês)
Defende uma ação educativa que deva ocorrer a partir dos movimentos espontâneos da criança e das atitudes corporais.
Refere-se à formação de base indispensável a toda criança;
Dupla finalidade: assegura o desenvolvimento funcional, tendo em conta possibilidades da criança ajudar sua afetividade e expandir-se e a equilibrar-se, por meio do intercâmbio com o ambiente humano.
Perspectiva renovadora: proposição de um modelo pedagógico fundamentado na interdependência do desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo dos indivíduos.
Valoriza o processo de aprendizagem e não mais a execução de um gesto técnico isolado.
Professor se sentir com responsabilidades escolares e pedagógicas.
DESENVOLVIMENTISTA
OBJETIVO: Oferecer ao aluno condições de desenvolver seu comportamento motor através da diversidade e complexidade de movimentos.
Dirigida para crianças de 4 a 14 anos;
Busca nos processos de aprendizagem e desenvolvimento, uma fundamentação para a Educação Física escolar.
Privilegia a aprendizagem do movimento embora possa estar ocorrendo outras aprendizagens em decorrência das habilidades motoras. O desenvolvimento cognitivo (alfabetização e pensamento lógico-matemático, por exemplo) pode ocorrer como sub-produto não sendo objetivo prioritário.
O movimento é o principal meio e fim da Educação Física.
Uma aula de Educação Física deve privilegiar a aprendizagem do movimento.
Proporcionar ao aluno condições para que seu comportamento motor seja desenvolvido, oferecendo experiências de movimento adequadas às faixas etárias.
Utiliza-se da classificação dos movimentos (fetais, espontâneos e reflexos, rudimentares e fundamentais, até a combinação dos movimentos fundamentais e culturalmente determinados)
Os conteúdos devem seguir uma ordem de habilidades básicas (locomotoras, manipulativas e estabilizadoras) e as específicas (influenciadas pela cultura do esporte, do jogo, da dança e das atividades industriais).
O professor deve observar seu aluno, no sentido de verificar em que fase eles se encontram, localizar os erros e oferecer informações relevantes para a superação dos mesmos.
Avaliação: é feita através do desempenho motor. A identificação do erro é fundamental para aquisição de habilidades de acordo com as etapas de aquisição de habilidades motoras básicas.
Crítica: pouca importância dada à influência do contexto sociocultural sobre a aquisição de habilidades motoras.
CONSTRUTIVISTA-INTERACIONISTA
Objetivo: O aluno construir seu conhecimento a partir da interação com o meio, resolvendo problemas. Construção do conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo.
Se opõe ao mecanicismo.
- O movimento é utilizado como meio para atingir domínios cognitivos.
- Respeita as experiências vividas pelos alunos e as diferenças individuais.
- Resgata a cultura de brincadeiras e jogos propostas pelos alunos.
- O jogo é considerado o principal modo de ensinar, é um instrumento pedagógico, um meio de ensino.
Aspectos dos trabalhos de Vygotsky e Jean Piaget.
Críticas principais:
- A educação física poderia servir de base para outras disciplinas perdendo sua identidade própria;
- Conteúdos podem não ter relação com a prática do movimento em si
Avaliação: enfatiza a auto-avaliação
CRÍTICO-SUPERADORA
Objetivo: Baseado na justiça social. Valoriza a questão da contextualização dos fatos e do resgate histórico.
É um projeto político-pedagógico: Político porque encaminha propostas de intervenção em determinada direção. Pedagógico porque possibilita uma reflexão sobre a ação dos homens na realidade.
Se opõe ao mecanicismo.
Nesta concepção deve-se transmitir os conteúdos simultaneamente.
Os mesmos conteúdos devem ser trabalhados ao longo das séries, aprofundando-se a cada ano, porém sem a visão de pré-requisitos.
Avaliação:
Critica a avaliação por estimular uma discriminação aos interesses da classe trabalhadora. A avaliação segundo esta proposta apenas tem atendido as normas legais selecionando alunos para apresentações e competições.
Principais críticas:
- Falta de propostas práticas.
- Leva os objetivos da Educação física para níveis abstratos, deixando a atividade motora em terceiro plano.
- Não interpreta o ser humano na sua individualidade e subjetividade mas sim por classes (Classe dominante x Classe trabalhadora).
- Discurso superado.
CRÍTICO-EMANCIPATÓRIA
Objetivo: promover condições para que a estrutura autoritária dos processos institucionalizados da sociedade, que forma falsas convicções, falsos interesses e desejos, sejam suspensas e o ensino encaminhado para uma emancipação, possibilitada pelo uso da linguagem, que tem importante papel no agir comunicativo.
Processo de ensino e aprendizagem limitado pelos condicionantes capitalistas e classistas.
Valoriza a compreensão crítica do mundo, da sociedade e de suas relações.
Se propõe a aumentar os graus de liberdade do raciocínio crítico e autônomo dos alunos.
O professor confronta o aluno com a realidade de ensino, que expressa um processo de questionamento e libertação de condições limitantes e coercitivas impostas pelo sistema social.
Contextualização dos temas compreendidos pela Cultura corporal: jogo, esporte, ginástica, dança e capoeira.
Transcendência de limites – seqüência de ensino: encenação, problematização, ampliação e reconstrução coletiva do conhecimento.
Representante no Brasil: Elonor Kunz.
SAÚDE RENOVADA
Objetivo: informar, mudar atitudes e promover a prática sistemática de exercícios.
Incorporação do princípio da não-exclusão – aulas com atividades não excludentes.
Favorecer a autonomia no gerenciamento da Aptidão Física.
Temáticas sugeridas:
Cultura corporal: reconhecer e valorizar as diferenças de desempenho, linguagem e expressão, autonomia na elaboração de atividades corporais, capacidade para discutir e modificar regras com o intuito de promoção e manutenção da saúde
Aptidão física: propiciar a elaboração de conhecimentos sobre atividade física para o bem-estar e a saúde; estimular atitudes positivas em relação aos exercícios físicos, proporcionar oportunidades para a escolha e práticas regular de atividade física.
Avaliação: testes de aptidão física, enfatizando o processo e requisitando aos alunos uma auto-avaliação
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
Objetivos: construção crítica da cidadania, promoção do princípio da inclusão, com inserção e integração dos alunos à Cultura Corporal do Movimento. Promover os princípios de igualdade e pluralidade
Indicam uma possibilidade de aproximação entre as abordagens já propostas.
Proposta curricular, não obrigatória.
Abordagem cidadã: preocupação com o pleno exercício da cidadania.
Aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais dos conteúdos.
Críticas: documento do ensino médio relaciona-se com uma tendência tecnicista e utilitária.
Avaliação: processo para favorecer a autonomia dos alunos de forma crítica em relação ao próprio processo de ensino e aprendizagem ao qual estão submetidos.
Considerações Finais
Costuma-se associar a escola com uma instituição onde se preparam os jovens para o mundo. Nesse sentido, caberia uma questão:
Qual o tipo de preparação que a escola oferece a esses jovens para enfrentamento do mundo?
Três possibilidades:
Uma preparação que resolva os problemas que a sociedade apresenta no âmbito escolar, tentando impedir que tais problemas interfiram na vida escolar;
Uma preparação que reproduza os problemas que a sociedade apresenta no âmbito escolar, tentando adaptar a vida cotidiana ao modo de organização escolar;
Uma preparação que supere os problemas que a sociedade apresenta no âmbito escolar, tentando transformar essa mesma sociedade e os problemas por ela apresentados a partir da Educação Básica.
Referência Bibliográfica
DARIDO, Suraya; SANCHES NETO, Luiz. O Contexto da Educação Física na Escola. IN: DARIDO, Suraya; RANGEL, Irene Conceição Andrade. Educação Física na Escola: Implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2005.
8 comentários:
Muito boa esta materia ,estou no 5º semsestre de pedagogia e me ajudou bastante esta materia .
Estou no final do primeiro periodo e me ajudou bastante.
Muito bom esse resumo das abordagens.
Ótimo! Grande ajuda.
Bem explicada,gostei,não esqueço mais as 7 abordagens pedagogicas que foram escritas aqui e suas caracteristicas🖒
Parabéns bom trabalho
Excelente!!
O que significa uma abirdagem em educação física?
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