quarta-feira, 25 de novembro de 2009

METODOLOGIAS OU ESTILOS DE ENSINO


Estilo de ensino - Comportamento ou postura do professor frente ao que pretende ensinar, à estrutura da aprendizagem e aos alunos.

Metodologias buscam: (1) processo de aprendizagem individualizado e (2) processos cognitivos que são fundamentalmente na aprendizagem.
A escolha de um determinado estilo ou metodologia pode levar ao ensino de:

REPRODUÇÃO
(voltado para conteúdo – professor)

TRANSFORMAÇÃO
(voltado para aprendizagem – aluno)


 Um dos prestigiosos trabalhos neste campo, é o do ESPECTRO DE ESTILOS DE ENSINO, idealizado por Mosston.
 Baseado na tomada de decisões, relacionada com as fases do planejamento, orientação e controle da aprendizagem.
 Tomada de decisões – evolui, segundo uma transferência de competência, do professor ao aluno – vai de um estilo por comandos a um estilo baseado na resolução de problemas.

POR COMANDO – o professor define como os alunos executam as tarefas. Ele é o elemento preponderante, com um papel bem definido.

POR TAREFA – o professor define qual a tarefa a ser executada pelos alunos.

POR AVALIAÇÃO RECÍPROCA – o professor delega aos alunos a avaliação da aprendizagem.

POR PROGRAMAÇÃO INDIVIDUALIZADA – baseia-se no princípio do trabalho individualizado (respeito às diferenças).

POR DESCOBERTA ORIENTADA – o professor conduz de modo indireto o aluno a descobrir como resolver uma “inquietação”.

POR SOLUÇÃO DE PROBLEMAS – o professor propõe alguns problemas motores e age como facilitador.

“A SEQUENCIA ACIMA DEMONSTRA UM AUMENTO GRADATIVO DO NÍVEL DE INDEPENDÊNCIA DO ALUNO AO EXECUTAR TAREFAS”

COMANDO

 Professor Centralizador (toma decisões – explica, demonstra e avalia).
 Aluno receptor – executa o que foi determinado (receptor passivo).
 Comportamento hierárquico bem definido.

Baseada no Quadrívero:
1. Demonstração
2. Explicação
3. Execução
4. Avaliação
Professor
– Determina os objetivos da aula
– Escolhe as atividades
– Fornece indicações precisas sobre o que executar
– Avalia quase sempre de forma subjetiva e corrige.
– Não se preocupa com as dificuldades dos alunos.
– Procura levar o aluno ao aprendizado dos conteúdos através da imitação de um padrão de execução julgado ideal.

Conteúdos
– Assumem um valor quase absoluto e autônomo, os quais os educandos devem conformar-se, aprendendo-os sem terem possibilidades de introduzir algo pessoal.
– Estruturados num esquema mecanicista, segmentário, onde o estático predomina sobre o dinâmico.

Aluno
– Elemento passivo
– A ele compete somente executar, obedecendo as decisões tomadas pelo mestre.
– Cabe compreender o que o professor propõe e executar após as vozes de comando.

Objetivos
– São formulados em função das atividades de ensino a serem desenvolvidas pelo docente.

Metodologias
– Utilização de situações didáticas que só dão margem a uma resposta.

Estratégias
– Baseiam-se no emprego das demonstrações e na utilização de VOZES DE COMANDO para determinar:
a) tomada de uma posição
b) execução de um exercício
c) execução de um movimento
d) uma formação
e) uma forma de trabalho
– As vozes de comando são empregadas com a técnica clássica de voz de advertência, intervalo e voz de execução.
– Tudo está previsto (duração exata das sessões, número de repetições, ritmo de emprestar)
– Incentivo à participação – baseia-se no temor do professor e no medo do fracasso.


TAREFA


 Primeiro passo de um ensino centrado no aluno.
 Mudança na relação professor – aluno – comunicação, organização e ambiente social.
 Organização livre – o professor move-se livremente pelo espaço.
 Demonstração – a proximidade física do professor promove uma melhor observação.
 Dispersão e reunião – servem para romper a monotonia.
 Atividades – uma para toda a classe ou variadas com diferentes níveis de dificuldade.

Professor
– Determina os objetivos e a atividade.
– Decide quantidade e qualidade considerando as diferenças.
– Não determina a distribuição dos alunos pelo espaço.
– Demonstra e explica, mas não decide tempo e intensidade.
– Fica liberado para motivar e corrigir.
– Avalia de modo diferenciado cada tarefa (individualidade).



Conteúdos
– São apresentados sob a forma de tarefas
a) uma única tarefa é apresentada para toda a turma, podendo ser realizada segundo diferentes padrões de desempenho (número de repetições, carga, duração, intensidade, etc)
b) diferentes tarefas são propostas para toda a turma, algumas vezes em seqüência que permite realizar uma habilidade ou movimento complexo.
c) Diferentes tarefas ligadas a uma mesma habilidade ou um movimento complexo, mas podendo ser realizada segundo diferentes padrões de desempenho.
– Impõe uma preparação prévia
– A distribução de tarefas em diferentes estações facilita o controle por parte do professor.

Aluno
– Não participa do planejamento da aula.
– Tem a responsabilidade outorgada de escolher entre as tarefas propostas pelo professor, as que deseja realizar.
– Escolhe também o padrão de desempenho.
– Determina o momento de começar e terminar
– Desenvolve conhecimento sobre a própria capacidade.
– Torna-se menos dependente quanto à orientação espacial e relação interpessoal.
– Determina ritmos e intensidades próprios.
– Realiza livremente a atividade proposta, causando maior motivação.
– Inicia um desenvolvimento gradual da autoavaliação.

Objetivos
– São escolhidos em função de modificações dos comportamentos dos alunos.

Metodologia
– Proporciona um certo grau de individualização e favorece, até certo ponto, uma auto-avaliação.


AVALIAÇÃO RECÍPROCA

 Segundo passo na direção de tornar o aluno independente.
 Professor – tem ainda um papel preponderante no processo
 Trabalho em duplas – executor e observador.
 Comunicação - oral, visual e escrita.
 O professor corrige o observador e este corrige o executor.
 Relação de confiança – professor/aluno e aluno/aluno.

Professor
– Escolhe os objetivos, seleciona as estratégias e impõe a organização
– Delega aos estudantes a avaliação da aprendizagem, mas estabelece critérios para que a mesma seja efetuada.
– A atenção do professor se concentra mais nos avaliadores do que nos executantes.
– Três ciclos:
a) uma só tarefa de cada vez;
b) uma série de exercícios correlacionados, vinculados a uma mesma atividade;
c) um programa de exercícios escolhidos entre atividades variadas.

Aluno
– Autonomia aumentada no que concerne às atividades de avaliação de aprendizagem

Objetivos
– Objetivos traduzindo o comportamento observáveis dos alunos, para que seja possível a avaliação recíproca
– Devem ser enunciados de maneira clara e precisa

Metodologia
– Consiste em fornecer aos alunos os critérios que serão utilizados por eles mesmos para avaliarem o desempenho dos colegas.


PROGRAMAÇÃO INDIVIDUALIZADA

 Baseia-se no princípio do trabalho individualizado, que pressupõe a existência de diferenças individuais entre os alunos.
 Desenvolver a consciência da própria execução.
 Aprender a observar e avaliar com critério a própria execução.
 Conseguir independência de fontes externas de feedback.
 Aceitar as próprias limitações e buscar critérios por melhor desempenho.
 Processo de individualização e tomada de decisões.

Professor
– Planeja a aula com tarefas para cada aluno.
– Observa a aula e a maneira de utilizarem a auto avaliação (folha de tarefa).
– Oferecer feedback individual e comentários gerais.

Aluno
– Executa a tarefa em seu próprio ritmo e utiliza a folha de tarefa para seu próprio feedback.
– Desenvolve o senso de responsabilidade e iniciativa.
– Trabalha individualmente, identifica suas limitações.
– Se auto-avalia em busca de um melhor desempenho.

Conteúdos
– Apresentados sob a forma de programas individualizados:
a) programa individualizado por tarefas (o aluno recebe uma lista de tarefas a realizar individualmente.
b) Programa individual quantitativo (o aluno determina um máximo ara si em relação a uma determinada tarefas).
c) Programa individual qualitativo (o aluno decide em relação a um nível qualitativo de desempenho que ele julga ajustado à sua capacidades.
d) Programa individual combinado (o aluno determina seus níveis de desempenho em relação aos aspectos qualitativos e quantitativos.

Objetivos
– São formulados em termos de modificações comportamentais dos alunos. Os padrões mínimos de rendimento são deixados a critério do aluno.

Metodologia
– Baseada no princípio da existência de diferenças individuais entre os alunos.


DESCOBERTA ORIENTADA (OU DIRIGIDA)

 O domínio cognitivo passa a ter um lugar importante como o motor e o afetivo.
 Qualquer habilidade implica obviamente algum conhecimento.
 Todo o indivíduo necessita adquirir conhecimentos e informações.
 Professor começa a perder seu papel onisciente e onipotente.

Professor
– Papel de elemento incentivador, orientador e controlador de atividades formativas e informativas aos alunos.
– Conduz o aluno de uma maneira indireta ao conhecimento.
– Conduz o processo usando questões que possam conduzir à solução buscada.

Conteúdos
– Passam a ser ligados aos três domínios propostos por BLOOM para os objetivos do ensino.

Objetivos
– São os comportamentos desejados.

Aluno
– Passa a ser o centro do processo educativo

Metodologia
– Baseia-se na teoria da dissonância cognitiva de Festinger, que considera que uma irritação cognitiva produz uma necessidade de busca de uma solução que suprimirá a causa da irritação.

Estratégias
– São usadas para:
a) recordar informações e conhecimentos ou habilidades psicomotoras;
b) servir de elemento incentivador, de modo a provocar a motivação dos alunos;
c) estimular a reflexão e dirigir o raciocínio do aluno;
d) ajudar a efetuar avaliações e retificações da aprendizagem;
e) introduzir nos conteúdos.


SOLUÇÃO DE PROBLEMAS

 Ocupa a posição de maior destaque no espectro de estilos de ensino.
 Acarreta mudanças fundamentais no papel e nas atitudes do professor, uma vez que se trata menos de ensinar do que ajudar os alunos a aprender.
 Aprender a resolver problemas

Professor
– Passa a ser o fator humano incentivador, orientador e assessor do aluno
– Exige maiores responsabilidades dos professores.
– Desempenha um papel de facilitador, conselheiro, dinamizador.

Aluno
– Colocado, verdadeiramente, no centro do processo educativo.
– Passa a ser elemento ativo, formulando problemas, buscando respostas, procurando descobrir.

Estratégia
– Parte de uma situação inicial que aguce a curiosidade dos alunos.
– Elaborar uma situação problema cuja solução implicará precisamente a busca e a aquisição do comportamento desejado, expresso no objetivo.
– Determinação dos problemas:
a) problemas espontâneos (oriundos de situações de aprendizagem naturais)
b) problemas suscitados (idealizados e apresentados pelo professor)
c) problemas construídos ( feitos pelo professor)

Objetivos
São definidos em termos comportamentais e formulados operacionalmente, com base na situação inicial.


Referência bibliográfica
FARIA JUNIOR, A. G., CORRÊA, E. S. & BRESSANE, R. S. Prática de ensino em Educação Física: estágio supervisionado. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA


Avaliação em Educação Física: percurso ao longo das tendências pedagógicas

• Perspectiva tradicional de 1970: preocupações avaliativas em Educação Física que enfatizavam a medição, o desempenho das capacidades físicas, habilidades motoras e o uso de medidas antropométricas.
• Objetivo: nota (desempenho do aluno comparado ao desempenho ideal).
• Rede pública: testes de suficiência física (início do ano) e eficiência física (final do ano).
• Não havia vinculação destes teste com o conteúdo – anulação do programa proposto.
• Muitos professores defendiam a aplicação de testes físicos com vistas a tornar a Educação Física mais científica, objetiva e quantitativa.
• Indisciplina: punição através de exaustivas corridas durante a aula.
• Perspectiva tradicional de avaliação cometeu vários equívocos ao considerar que avaliar é: (1) aplicar testes em prazos determinados; (2) restrito domínio motor; (3) atividade que se realiza no final de um prazo; (4) significa atribuir uma nota ou conceito; (5) punir; (6) sobrepõe-se a ensinar; (7) exige medição e quantificação e (8) mero cumprimento de uma exigência burocrática.
• “Todas as vezes que um professor verifica se os seus alunos estão se comportando com autonomia, responsabilidade e alegria, ele está avaliando todo um processo educacional” (ZABALA, 1998).
• SOARES, et al (1992): utiliza um discurso da justiça social como ponto de apoio, qualquer consideração sobre pedagogia mais apropriada deve versar não só sobre como ensinar mais também como adquirimos os conhecimentos, valorizando a contextualização dos fatos e o resgate histórico.
• Em Educação Física, a avaliação do processo de ensino e aprendizagem, deve servir de referência para analisar sua aproximação ou seu distanciamento em relação ao eixo curricular que norteia o projeto pedagógico da escola.
• Avaliar é muito mais complexo do que tomar exclusivamente o desempenho dos alunos em uma prova e considerá-los aprovados ou reprovados, mesmo porque cada aluno chega na escola com um certo nível de conhecimento.


A Prática dos Professores

• Nas últimas décadas, principalmente 1990, foram conduzidas pesquisas (PINTO, 1990; ALEGRE, 1993; SOUZA, 1993; CARVALHO, 1996; RIOS, 1996) com o objetivo de se obter informações sobre a prática da avaliação dos professores de Educação Física.
• Estas pesquisas indicaram mudanças em algumas concepções dos professores da disciplina sobre a avaliação, sobretudo em função do novo discurso presente na área.
• Atualmente, a perspectiva tradicional, que prioriza o produto, a quantificação e a avaliação por meio de testes, divide a preferência e o espaço com a visão mais processual, abrangente e qualitativa (DARIDO, 1999).
• Como avaliar aprendizagem do movimento quando se reconhece a infinidade de fatores envolvidos, tais como força muscular, resistência agilidade, equilíbrio, ritmo, sentimentos, cognição, afetividade, experiências anteriores, conhecimento e tantas outras variáveis ?

- Por que temos que avaliar?
1. Punir, classificar (rotular) ou selecionar

2. Processo sistemático e intencional de atribuição de juízos de valor aos dados qualitativos e quantitativos considerados relevantes. Pois, o objeto de avaliação situa-se, prioritariamente, no processo de ensino e aprendizagem, tanto do grupo/classe quanto de cada aluno.

Respondendo as questões sobre avaliação

1. Por que avaliar?
2. Quem avalia?
3. Como avaliar?
4. O que avaliar?
5. Quando avaliar?

1. Por que avaliar?
- Diagnóstico da situação.
- Oferece ao professor elementos para reflexão contínua sobre sua prática.
- Para o aluno é um instrumento de tomada de consciência de suas conquistas, dificuldades e possibilidades.
- Para a escola permite reconhecer prioridades e localizar ações educativas.

2. Quem avalia?
- Todos, professores e alunos, pois os professores devem informar seus alunos sobre suas dificuldades, possíveis melhoras e mudanças que devem ocorrer, enquanto os alunos desenvolvem sua autonomia ao compreender o processo de ensino e aprendizagem, desenvolvendo com isso sua auto-avaliação.

3. Como avaliar?
- Registros sistemáticos em fichas, oportunizando que os alunos tenham ciência dessas fichas, bem como de seus resultados. Isso facilita a auto-avaliação.
- Os alunos pode ser avaliados:
- De forma sistemática, por meio da Observação das situações vivência, de perguntas e respostas formuladas durantes as aulas.
- De forma específica, em provas, pesquisas, relatórios apresentação etc.
- Auto-avaliação (mas para que seja coerente o aluno precisa ter dados sobre seus conhecimentos antes e depois, no momento da auto-avaliação, para possível análise).

4. O que avaliar?
- A avaliação em Educação Física deve considerar a observação, análise e conceituação de elementos que compõe a totalidade da conduta humana, ou seja, a avaliação deve estar voltada para a aquisição de competências, habilidades, conhecimentos e atitudes dos alunos.
- Deve abranger as dimensões cognitiva (competências e conhecimentos), motora (habilidade motoras e capacidades físicas) e atitudinal (valores), verificando a capacidade de o aluno expressar sua sistematização dos conhecimentos relativos à cultura corporal em diferentes linguagens: corporal, escrita e falada.
- As diferentes dimensões dos conteúdos: conceitual, procedimental e atitudinal, de diferentes formas (provas teóricas, trabalhos, seminários, gravação, fichas e testes).
- O problema não está na escolha dos instrumentos e sim na concepção que sustenta a utilização destes. Por exemplo: prova escrita. Pedir na avaliação regras de um jogo formal: para que?


5. Quando avaliar?
1. Avaliação diagnóstica: início das aulas para saber quem são meus alunos e poder montar meu plano de trabalho.
- O que sabem os alunos em relação ao que quero ensinar?
- Quais experiências anteriores eles tiveram em relação ao que eu desejo ensinar?
- Quais são seus interesses?
- Quais são os seus estilos de aprendizagem?

2. Avaliação processual ou formativa: esta avaliação serve para realizar possíveis alterações no processo de ensino e aprendizagem, porém os alunos devem saber seus dados/resultados e por que e quais mudanças devem ocorrer nesse processo. Geralmente esta avaliação é feita por meio de observação.
3. Avaliação somativa: esta ocorre no final do processo e pode ocorrer de diversas formas como pela organização de um campeonato ou evento, apresentação de trabalhos, produção de um jornal etc.


A AVALIAÇÃO DEVE OCORRER NAS DIFERENTES DIMENSÕES

1. Avaliação na dimensão conceitual
O mais importante é observar o uso dos conceitos aprendidos pelos alunos em trabalhos em equipes, debates, exposições e, sobretudo, em diálogos entre alunos e com o professor. Pois, os alunos devem ser capazes de utilizar os conceitos para resoluções de conflitos ou problemas.

2. Avaliação na dimensão atitudinal
Avaliar a atitude dos alunos é complexo e exige situações de conflito para que posamos observá-las. Zaballa (1998 apud DARIDO, 2005) coloca que a melhor fonte de informação para se conhecer os avanços nas aprendizagens atitudinais é a observação sistemática de opiniões e das atuações nas atividades grupais, nos debates, nas manifestações dentro e fora de aula, nas visitas, passeios e excursões, na distribuição de tarefas, enfim em todas as situações possíveis.

3. Avaliação na dimensão procedimental
Os conteúdos procedimentais implicam saber fazer e só nessa situação é que o aluno pode ser avaliado. Mas o que define uma aprendizagem não é o conhecimento que se tem dele, mas o domínio ao transferi-lo para a prática. Por exemplo, os alunos devem, ao ser incentivados pelo professor, conseguir produzir resumos para o jornal da escola, organizar painéis na escola sobre determinado tema da Educação Física como Copa do Mundo, postura, qualidade de vida etc. Espera-se, com essas atividades, ativar os conceitos da área e da disciplina anteriormente comentados e articular redes conceituais interdisciplinares.

NOTA/CONCEITO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Aliar é complexo, mas absolutamente necessário num processo de ensino e aprendizagem, porém avaliar é diferente de atribuir um conceito (nota), embora eles estejam extremamente relacionados. De acordo com Soares et al. (1992) (ou Coletivo de autores), a nota não deve ter a função de punir o aluno ou castigá-lo, mais do que isso, ela deve informar sobre os caminhos percorridos no processo educacional.
De acordo com Darido (2004 apud DARIDO, 2005) é cero que não é preciso atribuir conceito/nota para crianças de os 12 anos, até porque a Educação Física, além de ser a disciplina mais apreciada na escola, conta com a participação ativa de grande parte dos alunos, que são curiosos a respeito dos conhecimentos da cultura corporal. Mas essa é uma discussão que deve ocorrer na elaboração ou na reelaboração do projeto político pedagógico da escola, pois há diferentes implicações que acusam a não obrigatoriedade ou necessidade de atribuição de nota.

ABORDAGENS PEDAGÓGICAS NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR




 No final da década de 1970, surgem novos movimentos na Educação Física escolar.
 Atualmente, coexistem na área de Educação Física várias concepções;
 Tentativa de romper com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional.

São elas:
• Psicomotricidade;
• Desenvolvimentista;
• Construtivista;
• Crítico-superadora;
• Crítico-emancipatória;
• Saúde renovada;
• PCN’s

PSICOMOTRICIDADE
 Inicialmente divulgada em programas de escolas especiais para alunos portadores de deficiência física e mental.

 Primeiro movimento que surge em oposição aos modelos anteriores (higienista, tecnicista, esportivista, tradicional);

 O envolvimento da Educação Física é com o desenvolvimento da criança, com o ato de aprender, com os processos cognitivos, afetivos e psicomotores;

 Procura garantir a formação integral do aluno

 Valorização do conhecimento de origem psicológica.

 Autor: Jean Le Bouch (francês)

 Defende uma ação educativa que deva ocorrer a partir dos movimentos espontâneos da criança e das atitudes corporais.

 Refere-se à formação de base indispensável a toda criança;

 Dupla finalidade: assegura o desenvolvimento funcional, tendo em conta possibilidades da criança ajudar sua afetividade e expandir-se e a equilibrar-se, por meio do intercâmbio com o ambiente humano.

 Perspectiva renovadora: proposição de um modelo pedagógico fundamentado na interdependência do desenvolvimento motor, cognitivo e afetivo dos indivíduos.

 Valoriza o processo de aprendizagem e não mais a execução de um gesto técnico isolado.

 Professor se sentir com responsabilidades escolares e pedagógicas.


DESENVOLVIMENTISTA

OBJETIVO: Oferecer ao aluno condições de desenvolver seu comportamento motor através da diversidade e complexidade de movimentos.

 Dirigida para crianças de 4 a 14 anos;

 Busca nos processos de aprendizagem e desenvolvimento, uma fundamentação para a Educação Física escolar.

 Privilegia a aprendizagem do movimento embora possa estar ocorrendo outras aprendizagens em decorrência das habilidades motoras. O desenvolvimento cognitivo (alfabetização e pensamento lógico-matemático, por exemplo) pode ocorrer como sub-produto não sendo objetivo prioritário.

 O movimento é o principal meio e fim da Educação Física.

 Uma aula de Educação Física deve privilegiar a aprendizagem do movimento.

 Proporcionar ao aluno condições para que seu comportamento motor seja desenvolvido, oferecendo experiências de movimento adequadas às faixas etárias.

 Utiliza-se da classificação dos movimentos (fetais, espontâneos e reflexos, rudimentares e fundamentais, até a combinação dos movimentos fundamentais e culturalmente determinados)

 Os conteúdos devem seguir uma ordem de habilidades básicas (locomotoras, manipulativas e estabilizadoras) e as específicas (influenciadas pela cultura do esporte, do jogo, da dança e das atividades industriais).

 O professor deve observar seu aluno, no sentido de verificar em que fase eles se encontram, localizar os erros e oferecer informações relevantes para a superação dos mesmos.

Avaliação: é feita através do desempenho motor. A identificação do erro é fundamental para aquisição de habilidades de acordo com as etapas de aquisição de habilidades motoras básicas.

Crítica: pouca importância dada à influência do contexto sociocultural sobre a aquisição de habilidades motoras.


CONSTRUTIVISTA-INTERACIONISTA

Objetivo: O aluno construir seu conhecimento a partir da interação com o meio, resolvendo problemas. Construção do conhecimento a partir da interação do sujeito com o mundo.

 Se opõe ao mecanicismo.

 - O movimento é utilizado como meio para atingir domínios cognitivos.

 - Respeita as experiências vividas pelos alunos e as diferenças individuais.

 - Resgata a cultura de brincadeiras e jogos propostas pelos alunos.

 - O jogo é considerado o principal modo de ensinar, é um instrumento pedagógico, um meio de ensino.

 Aspectos dos trabalhos de Vygotsky e Jean Piaget.
Críticas principais:
 - A educação física poderia servir de base para outras disciplinas perdendo sua identidade própria;
 - Conteúdos podem não ter relação com a prática do movimento em si

Avaliação: enfatiza a auto-avaliação


CRÍTICO-SUPERADORA

Objetivo: Baseado na justiça social. Valoriza a questão da contextualização dos fatos e do resgate histórico.

 É um projeto político-pedagógico: Político porque encaminha propostas de intervenção em determinada direção. Pedagógico porque possibilita uma reflexão sobre a ação dos homens na realidade.

 Se opõe ao mecanicismo.

 Nesta concepção deve-se transmitir os conteúdos simultaneamente.

 Os mesmos conteúdos devem ser trabalhados ao longo das séries, aprofundando-se a cada ano, porém sem a visão de pré-requisitos.

Avaliação:
 Critica a avaliação por estimular uma discriminação aos interesses da classe trabalhadora. A avaliação segundo esta proposta apenas tem atendido as normas legais selecionando alunos para apresentações e competições.

Principais críticas:
 - Falta de propostas práticas.
 - Leva os objetivos da Educação física para níveis abstratos, deixando a atividade motora em terceiro plano.
 - Não interpreta o ser humano na sua individualidade e subjetividade mas sim por classes (Classe dominante x Classe trabalhadora).
 - Discurso superado.


CRÍTICO-EMANCIPATÓRIA

Objetivo: promover condições para que a estrutura autoritária dos processos institucionalizados da sociedade, que forma falsas convicções, falsos interesses e desejos, sejam suspensas e o ensino encaminhado para uma emancipação, possibilitada pelo uso da linguagem, que tem importante papel no agir comunicativo.

 Processo de ensino e aprendizagem limitado pelos condicionantes capitalistas e classistas.

 Valoriza a compreensão crítica do mundo, da sociedade e de suas relações.

 Se propõe a aumentar os graus de liberdade do raciocínio crítico e autônomo dos alunos.

 O professor confronta o aluno com a realidade de ensino, que expressa um processo de questionamento e libertação de condições limitantes e coercitivas impostas pelo sistema social.

 Contextualização dos temas compreendidos pela Cultura corporal: jogo, esporte, ginástica, dança e capoeira.
 Transcendência de limites – seqüência de ensino: encenação, problematização, ampliação e reconstrução coletiva do conhecimento.

 Representante no Brasil: Elonor Kunz.



SAÚDE RENOVADA

Objetivo: informar, mudar atitudes e promover a prática sistemática de exercícios.

 Incorporação do princípio da não-exclusão – aulas com atividades não excludentes.

 Favorecer a autonomia no gerenciamento da Aptidão Física.

Temáticas sugeridas:

Cultura corporal: reconhecer e valorizar as diferenças de desempenho, linguagem e expressão, autonomia na elaboração de atividades corporais, capacidade para discutir e modificar regras com o intuito de promoção e manutenção da saúde

Aptidão física: propiciar a elaboração de conhecimentos sobre atividade física para o bem-estar e a saúde; estimular atitudes positivas em relação aos exercícios físicos, proporcionar oportunidades para a escolha e práticas regular de atividade física.

Avaliação: testes de aptidão física, enfatizando o processo e requisitando aos alunos uma auto-avaliação


PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS

Objetivos: construção crítica da cidadania, promoção do princípio da inclusão, com inserção e integração dos alunos à Cultura Corporal do Movimento. Promover os princípios de igualdade e pluralidade

 Indicam uma possibilidade de aproximação entre as abordagens já propostas.

 Proposta curricular, não obrigatória.

 Abordagem cidadã: preocupação com o pleno exercício da cidadania.

 Aspectos conceituais, procedimentais e atitudinais dos conteúdos.

Críticas: documento do ensino médio relaciona-se com uma tendência tecnicista e utilitária.

Avaliação: processo para favorecer a autonomia dos alunos de forma crítica em relação ao próprio processo de ensino e aprendizagem ao qual estão submetidos.

Considerações Finais

Costuma-se associar a escola com uma instituição onde se preparam os jovens para o mundo. Nesse sentido, caberia uma questão:

Qual o tipo de preparação que a escola oferece a esses jovens para enfrentamento do mundo?

Três possibilidades:

 Uma preparação que resolva os problemas que a sociedade apresenta no âmbito escolar, tentando impedir que tais problemas interfiram na vida escolar;

 Uma preparação que reproduza os problemas que a sociedade apresenta no âmbito escolar, tentando adaptar a vida cotidiana ao modo de organização escolar;

 Uma preparação que supere os problemas que a sociedade apresenta no âmbito escolar, tentando transformar essa mesma sociedade e os problemas por ela apresentados a partir da Educação Básica.



Referência Bibliográfica

DARIDO, Suraya; SANCHES NETO, Luiz. O Contexto da Educação Física na Escola. IN: DARIDO, Suraya; RANGEL, Irene Conceição Andrade. Educação Física na Escola: Implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2005.

DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL DO ADOLESCENTE


1 Adolescência e sociedade

O termo adolescente tem sido utilizado há muito tempo. Nos dias atuais este termo não causa espanto, mas nem sempre foi assim. Nem sempre a adolescência foi uma fase supostamente conhecida, estudada e valorizada como foi no ultimo século.
Na Roma antiga, não tinha uma separação muito obvia entre a idade infantil e a idade adulta. A criança quando nascia tinha de ser aceita pelo seu pai, e após isso era entregue para uma nutriz para que ela dessa educação necessária e adequada para criança. O pai era quem escolhia a hora e o momento exato para a criança abandonar as vestes infantis e vestir as vestes de homem do exército, isso acontecia por volta dos seus 17 anos.
Na Idade Média também não se viu nenhum período de transição entre a infância e a idade adulta, o jovem era assim chamado quando passava por uma cerimônia denominada “barbatoria”, momento em que o pai ajudava o seu filho a se barbear pela primeira vez, assim o pelo era prova de que a criança tinha se tornado um homem, então as qualidades agressivas deveriam ser evidenciadas, ou seja, os treinamentos para este homem se tornar um bom guerreiro iniciava naquele momento. Assim na Idade Média a adolescência era muitas vezes confundida com a infância.
Só a partir do século XX que passou a haver interesse sobre o que o adolescente faz, pensa e sente. Definiu-se claramente o comportamento e as mudanças psíquicas para que tivéssemos idéia do adolescente atual.
Segundo Erikson (1987)
À medida que os progressos tecnológicos ampliam cada vez mais o intervalo de tempo entre o começo da vida escolar e o acesso final do jovem ao trabalho especializado, a fase da adolescência torna-se um período ainda mais acentuado e consciente; e como aconteceu em algumas outras culturas, em certos períodos, passou a ser quase um modo de vida entre a infância e a idade adulta. (p. 128)
Nos últimos anos de escolaridade, os jovens da sociedade capitalistas em que vivemos, além de apresentarem mudanças bruscas em sua fisiologia e maturação genital, lidam com as incertezas dos papéis adultos a sua frente.
Parecem muito preocupados com as tentativas mais ou menos excêntricas de estabelecimento de uma subcultura adolescente e com o que parece ser mais uma final do que uma transitória ou, de fato, inicial formação da identidade. Esses adolescentes estão sempre preocupados com o que os outros podem achar deles, em comparação com que eles próprios julgam ser, e com a questão de como associar os conhecimentos e comportamentos anteriores aos modelos idéias atuais. Em busca de um novo sentido de continuidade e uniformidade, que deve incluir agora a maturidade sexual, alguns adolescentes que não vivenciaram as crises anteriores adequadamente, enfrentam novamente essas crises antes de determinar a sua identidade final.
O meio infantil é substituído por uma nova moratória ditada pela sociedade.
O individuo quando criança enfrenta crises de identidade baseada na confiança em si e nos outros, não seria diferente na adolescência. O adolescente procura pessoas e ideais em que realmente possa confiar, entretanto ele exige que não seja excessivamente confiante, ou seja, ele expressará a sua necessidade de confiança numa desconfiança.
O desejo de fazer algo funcionar, herdado da fase escolar, fará com o adolescente não escolha uma profissão apenas pela remuneração, mas também pelo prazer em exercê-la.
Assim, em qualquer período dado da história, o tempo mais afirmativamente excitante será desfrutado por aquela parte da juventude que se encontrar na onda de um processo tecnológico, econômico ou ideológico aparentemente promissor de tudo o que a vitalidade juvenil poderia desejar.
A adolescência é menos “tempestuosa” na juventude que identifica-se com os novos papeis de competência e invenção e que aceita uma perspectiva ideológica mais implícita. As sociedades com grande potencial ideológico e com “modos de vida” que valham a pena ser vividos incentivam o adolescente a buscar sua ideologia e assumir os seus novos papéis. Enquanto que nas sociedades que barram a possibilidade dos adolescentes desenvolverem suas formas de expressão, ele responderá a esta sociedade de forma selvagem.
Segundo Erikson (1987)
Na selva social da existência humana, não existe sentimento vivencial sem um sentimento de identidade.
A democracia deve apresentar aos seus adolescentes ideais que possam ser compartilhados por jovens de muitos antecedentes e formações, e que enfatizem autonomia na forma de independência e a iniciativa na forma de trabalho construtivo. (p. 134)

1.2.1 Síndrome da ambivalência dual, segundo Stone

O adolescente procura oportunidades de decisão, embora tenha medo de ser exposto ao ridículo ou à dúvida sobre os seus próprios atos. Além disso, ele herdou de sua infância essencialmente lúdica, uma imaginação ilimitada, com isto ele imagina e fantasia seu futuro, como conseqüência confiará mais em pessoas maduras que aspiram as suas imaginações. Pelo mesmo motivo, o adolescente, responde de forma defensiva a todas as limitações contrárias a imagem que fez de si próprio.
Existe ainda no adolescente um impulso que o leva a se afastar da família e procurar mais a companhia de seus amigos; pelos motivos de que seus pais "não o entendem". Nesta altura da vida os conflitos que o adolescente vive têm ampla ressonância sobre os pais, que por sua vez podem determinar as oscilações que o adolescente tem em sua definição pessoal.; isto se torna justificável a partir do momento em que os conflitos do adolescente reacendem antigos conflitos, mal resolvidos, dos pais. Chamada por Stone de síndrome da ambivalência dual, a crise adolescente se caracteriza como um período de atualização da crises dos pais.


1.2.2 Adolescência como crise

Os estudos sobre adolescência que tentam caracterizá-la de modo mais universal têm um grande exemplo na psicanálise, buscando uma caracterização da adolescência como crise e busca por identidade, conforme apresenta Erik Erikson (1976). Segundo esse autor, há algumas características próprias do período da adolescência: preocupação com o que se parece aos olhos dos outros; preocupação com papéis sociais; mudança do meio familiar e escolar, para o meio mais amplo da sociedade; busca por ideais; mudança de referência dos adultos para os pares; busca por se firmar de modo grandioso em relação à profissão; superidentificação com heróis – perda temporária da individualidade; aderência a grupo e etnocentrismo.
Só com a adolescência o indivíduo desenvolve os requisitos preliminares de crescimento fisiológico, amadurecimento mental e responsabilidade social para experimentar e atravessar a crise da identidade. (ERIKSON, 1987)
Erik Erikson apresenta o crescimento humano do ponto de vista dos conflitos, internos e externos, que a personalidade vital suporta, ressurgindo de cada crise com um sentimento maior de unidade interior, um aumento de bom juízo e com incremento na capacidade de “agir bem”, de acordo com os seus próprios padrões e aqueles padrões adotados pelas pessoas que são significativas para ela.
Por um lado a personalidade se desenvolve de acordo com uma escala predeterminada na prontidão do organismo humano para ser impelido na direção de um circulo cada vez mais amplo de indivíduos e instituições significantes, ao mesmo tempo que está consciente da existência deste circulo e pronto para a interação com ele.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A História dos Jogos Olímpicos


Os Doze Trabalhos de Hércules

Depois de realizar façanhas incríveis, ele recebeu de Zeus o dom da imortalidade.

As olimpíadas começaram anteriormente ao nascimento de Cristo. Tão antes que há sérias dúvidas sobre a data exata de seu início.
Por causa dessas dúvidas, surgiram algumas lendas. A mais famosa tem Hércules como personagem principal. Hércules foi um dos heróis da mitologia grega, cujo deus supremo, Zeus, era justamente seu pai.
Sendo seu filho, ele nasceu com muita força e muitos poderes. Para mostrar que não viera ao mundo para brincadeiras, ainda no berço, em vez de ficar mamando como todo bebê, ele estrangulou duas serpentes que sua tia Hera, uma mulher muito ciumenta e perversa, colocara no berço para matá-lo.
Hera não sossegou enquanto não o apanhou de jeito, utilizou um de seus feitiços mágicos, e conseguiu enlouquecer o sobrinho que, fora de si, matou a própria mulher e também os filhos.
Passado o Encanto, Hércules viu o que fizera e ficou desesperado. Decidiu então procurar o rei Eristeu. - O que devo fazer para pagar pelos meus pecados? - perguntou-lhe Hércules. O rei Eristeu disse-lhe: Hércules, só há um caminho.
Deixar o Olimpo para sempre... - conformou-se Hércules. O Olimpo, montanha inacessível era o lugar onde viviam os deuses gregos. Abaixo ficava Olímpia na antiga Élida, à margem direita do rio Alfeu.
Não - tranqüilizou-se o rei. Para purificar seus pecados, você deverá executar doze trabalhos, e eram eles:

1. Matar o terrível leão de Neméia;
2. Matar a não menos terrível hidra de Lerna, de 09 cabeças;
3. Capturar, vivinho, o javali de Erimento;
4. Capturar a corça de Cerínia;
5. Matar os medonhos pássaros carnívoros do lago Estínfale;
6. Limpar as cavalariças giganteescas do rei Áugias;
7. Capturar o touro branco de Creta;
8. Capturar os cavalos carnívoros de Diomedes;
9. Roubar o cinto mágico de Hipólita;
10. Capturar os bois do gigante Gerião;
11. Colher os pomos de ouro das Hespérides;
12. Finalmente o último, descer ao Inferno e raptar de lá seu guardião, o assustador cão cérbero.

Hércules concluiu todas as suas tarefas, e insatisfeito com as recompensas que recebera, resolveu criar os Jogos Olímpicos para homenagear Zeus e a si mesmo.

Atenas, 1896

Umas 80 mil pessoas lotavam o Estádio de Atenas naquela tarde de 6 de abril de 1896. Eram pessoas muito diferentes das que você vê hoje nas arquibancadas de um estádio de futebol. A data entraria para a história do esporte, porque naquele momento renasciam oficialmente os Jogos Olímpicos.
No gramado, estavam presentes 285 atletas de 13 países. Muito pouco, em comparação com os milhares de participantes das últimas olímpiadas. Em 1896 um navio a vapor demorava dias para ir da América até a Europa atravessando o Atlântico.Além do mais eram apenas as primeiras Olímpiadas Modernas, por isso mesmo, nem todos os atletas estavam bem preparados, ao exemplificar a corrida dos 100 metros, o Campeão, Thomas Burke, dos U.S.A. concluiu a prova com o tempo de 10 segundos, imcomparável com os tempos atuais.

Paris, 1900
Paris já era uma cidade importante, cheia de vida e agitação, mas em 1900 tornou-se ainda mais alegre e movimentada. Só que isso não aconteceu exatamente por causa da realização na capital francesa, dos 2° Jogos Olímpicos.
É que junto com as olimpíadas estava sendo promovida em Paris a Exposição Universal, mostrando o que havia de mais moderno e sensacional na época, como os primeiros automóveis de quatro rodas.
Dessa maneira os jogos olímpicos acabaram ficando em segundo plano e pouca gente foi ver as provas de atletismo, disputadas no Racing Club, ou as de natação improvisadas numa piscina adaptada nas águas do Sena. Apesar do pequeno interesse despertado, essas olimpíadas conseguiram reuir 1060 atletas.
Mesmo assim, não apareceu nenhum grande campeão entre eles e as marcas alcançadas não chegaram a entusiasmar ninguém. Exceto, é claro, o rei de Coubertin. Ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, as olimpíadas iriam entusiasmar o mundo todo.

St. Louis, 1904

Ainda não foi em 1904, na cidade norte-americana de St. Louis, que as olimpíadas se transformaram num estrondoso êxito mundial. Dessa vez, somente nove países compareceram.
Como ocorrera em Paris, os organizadores fizeram os 3° Jogos Olímpicos coincidirem com a Feira Mundial de St. Louis. E, mais uma vez, não deu certo: os visitantes preferiam conhecer os novos artigos em exposição a torcer nas provas de atletismo.
Mesmo assim, as olimpíadas de St. Louis se tornariam famosas por causa de um incidente muito engraçado que aconteceu na maratona. A maratona exige que seus participantes sejam superatletas, afinal, eles tem que realizar um percursso de 42 Km. Pois lá, um dos corredores, o americano Fred Lorz, perdeu o folego no meio da competição e pediu que o motorista lhe desse carona até ao estádio em seu calhambeque.
Pouco antes de chegar, ele desceu do carro e entrou correndo no estádio. Foi aplaudidíssimo e ia receber a sua medalha de campeão, quando apareceu o motorista e contou aos juízes a verdade.

Londres, 1908

Dizem que nunca choveu tanto em Londres como naquelas duas semanas de verão em 1908. Para azar dos ingleses as chuvas coincidiram com as olimpíadas de Londres. Por isso, eles acabaram conhecidos como os Jogos do Dilúvio.
Só que o dilúvio maior de protestos dos países participantes, que não gostaram muito dos resultados. Estão nos roubando, diziam várias delegações estrangeiras.
Na verdade não houve propriamente roubo. O que aconteceu foi que os ingleses resolveram adotar, para cada esporte, as suas próprias regras.
O resultado disso, é que nunca na história das olimpíadas, tenha havido um número tão grande de queixas.


Estocolmo, 1912

Finalmente, o barão de Coubertin pode sorrir de felicidade. Em 1912, na fria cidade de Estocolmo, capital da Suécia, foram realizados com absoluto sucesso o 5° Jogos Olímpicos.
Não houve má organização, protestos, falta de participantes ou atletas pouco esforçados. Nada disso: em Estocolmo, tudo correu conforme o previsto.
O êxito dessas olimpíadas, começou pelo número de inscritos: nada menos que 2541 atletas quase dez vezes mais do que em Atenas em 1896.
Quanto à organização, praticamente não houve falhas, os suecos demonstraram empenho e muita competência.
Mas o que entusiasmou o barão e todos os amantes do esporte foi o aparecimento de grandes atletas autênticos campeões.
Hannes Kolehmainem, o filandês voador, ele ganhou três medalhas de ouro nas provas de fundo que a importância da resistência era fundamental.

Antuérpia, 1920
Não houve a sexta olimpíada, elas estavam previstas para 1916, e foi quando no período de 1914 a 1918 ocorreu a Primeira Guerra Mundial, e por este motivo, todos os eventos esportivos, inclusive as olimpíadas, dessa época forma cancelados.
Apesar disso, o comitê olímpico internacional decidiu manter a numeração original sendo assim em Antuérpia os 7° Jogos Olímpicos.
Em virtude da guerra, entretanto, em Antuérpia não foi obtido o mesmo sucesso que o em Estocolmo.
Mas mesmo assim em Antuérpia houveram duas novidades, a primeira introdução do Juramento Olímpico e a introdução da Bandeira Olímpica com os seus cinco anéis entrelaçados.

Paris, 1924

As olimpíadas de 1900 foram realizados em Paris, mas em virtude de serem realizadas juntamente com uma exposição internacional foram um fracasso.
Vinte e quatro anos depois os franceses novamente sediaram as olimpíadas.
Além de organizadas com maior cuidado, as olimpíadas de 1924 revelaram ao mundo atletas excepcionais. Entre eles o maior de todos foi Paavo Nurmi, um maravilhoso corredor da Finlândia.
Outro que se tornaria famos chamava-se Jhonny Weissmuller, um sensacional nadador americano.
Mais trade era o remador John Kelly, da equipe dos Estados Unidos.
Amsterdã, 1928
Foram as últimas olimpíadas assistidas pelo barão de Coubertin, ele chegou muito feliz a Amsterdã, a principal cidade da Holanda, afinal, a chama olímpica que ele acendera ao lado das ruínas dos templos gregos, agora parecia estar acesa para sempre.
Depois de Encontrar as dificuldades já conhecidas, os jogos olímpicos finalmente haviam dado certo, os jornais do mundo inteiro falavam das provas, e de seus campeões enquanto os rádios publicavam os seus resultados, nessa época, não existia ainda, a televisão.
Definitivamente, após diversas dificuldades uma outra novidade, a inscrição de 290 mulheres nos jogos olímpicos que até então não era aceitado pelo barão de Coubertin que se decepcionara com a idéia.

Los Angeles, 1932

Os franceses falharam na organização das olimpíadas de 1900, mas corrigiram seus erros em 1924.
Da mesma forma, os norte-americanos, souberam recuperar o fracasso dos Jogos de St. Louis em 1904.
Em Los Angeles eles puderam se orgulhar de mostrar ao mundo as melhores olimpíadas disputadas até então, Conquistaram diversos recordes, o de público, o tempo bom durante todas as provas e quase todas as os resultados foram excelentes.
Claro que, ao lado disso, houveram erros, ao exemplificar a prova dos 3 mil metros onde por erro dos juízes os corredores deram uma volta a mais.
Os atletas argentinos andaram brigando entre si quando voltavam para casa e foram presos, e os brasileiros, só embarcaram no Rio de Janeiro, num navio cargueiro em foram parando de porto em porto para vender café, foi um modo que encontraram para pagar sua viagem e no fim não trouxeram nenhuma medalha.

Berlim, 1936

As olimpíadas de 1936, realizadas em Berlim, capital da Alemanha, foram organizadas com um cuidado inigualável em toda a história do esporte. É que elas deveriam provar, como desejavam os nazistas, a superioridade de uma raça sobre as outras. Os nazistas pretendiam mostrar nos Jogos Olímpicos de Berlim, que pertenciam a uma raça superior. Por isso pensavam que iriam ganhar o maior número de medalhas.
Assim, pela primeira vez, as olimpíadas se transformaram num evento político. Um incrível atleta negro, Jesse Owens, conquistou quatro medalhas de ouro nas olimpíadas de Berlim, quando ele recebeu a quarta medalha, Adolf Hitler, chefe dos nazistas, levantou-se e saiu irritado do estádio.

Londres, 1948

Os jogos olímpicos sofreram uma interrupção de doze anos em virtude da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que provocara milhões de mortes e destruíra inúmeras cidades.
Durante todo esse tempo o esporte parou. Mas em 1948, o mundo começava a se recuperar desse pesadelo.
Houve uma surpresa, a atuação de Fanny Blankers-Koen, uma holandesa que se tornou a primeira mulher a ganhar quatro medalhas de ouro numa olimpíada. Fanny era casada tinha doois filhos e tinha 30 anos de idade.

Helsinki, 1952

Helsinki, a bela e fria capital da Finlândia, no norte da Europa, foi palco em 1952 de uma olimpíada muito importante, pela primeira vez, os Estados Unidos e a União Soviética, que também no esporte eram as maiores potências do mundo, mediam forças nas piscinas,campos, pistas e quadras.
O maior número de medalhas ficou entre os dois países, os Estados Unidos conquistaram 40 medalhas, e a União Soviética conquistou 22.
No salto triplo o campeão foi o Brasileiro Ademar Ferreira da Silva, que bateu o recorde mundial.
Emil Zatopek conhecido como Locomotiva Humana, venceu as corridas de 5 mil metros e 10 mil metros em apenas um intervalo de 24 horas.

Melbourne, 1956

E a briga entre os Estados Unidos e a União Soviética continuou, em 1956, lá na terra dos cangurus: em Melbourne na Austrália.
Nada mais justo por sinal do que a escolha desse local para as competições. É que os australianos adoram o esporte, e sempre tiveram ótimos atletas.
Os Russos revelaram o atleta Vladimir Kutz, um excepcional corredor que ganharia as provas dos 5 e 10 mil metros.

Roma, 1960

Roma, a cidade eterna, precisava resgatar uma velha dívida com o esporte, pois foram em Roma que os Jogos Olímpicos da antigüidade começaram a decair.
E foi assim que a Itália, 15 anos depois de ser devastada pela Segunda Guerra Mundial, fez um olimpíada que entraria para a história do esporte. Seus cuidados no planejamento e na construção dos estádios, ginásios e da vila olímpica foram extremamente excepcionais, e o público foi muito numeroso.
E como quem trabalha também acaba tendo sorte, os italianos receberam uma das mais incríveis gerações de atletas de todas as Olimpíadas.

Tóquio, 1964
Se roma projetou Casius Clay, Tóquio em 1964 revelaria outro futuro campeão mundial de Boxe. O também norte-americano Joe Frazier. Nessa, que foi a primeira olimpíada realizada em um país do extremo oriente, vários outros atletas dos Estados Unidos brilharam intensamente.
Um dos grandes campeões de Tóquio chamava-se Bob Hayes. Corredor muito rápido, que alcançou uma marca que se tornaria lendária, 10 segundos cravados na prova dos 100 metros rasos.
O atleta mais premiado seria ainda um dos Estados Unidos, Don Scholander que recebeu quatro medalhas de ouro em natação.

México, 1968

A Cidade do México está erguida a 2.260 metros de altitude, onde o ar é rarefeito, onde sua quantidade é mnor do que um país ao nível do mar.
Com o ar rarefeito a resistência humana fica menor, os atletas rendem menos em provas longas (como nos 10 mil metros) e tronam-se muito melhores em competições curtas.
O resultado foi que no México houve índices fracos nas competições para fundistas e marcas excepcionais nas provas de resistência e velocidae. Nada menos que 88 recordes foram quebrados. No salto triplo o soviético Viktor Saneev pulou 17,39 metros. Nos 100 metros rasos o americano Jim Hines superou a barreira dos 10 segundos correndo em 9 segundos e 9 décimos.

Munique, 1972

As olimpíadas, em seu momento culminante é a festa da paz e do congraçamento entre atletas do mundo inteiro.
Essa tradição, porém, foi quebrada de maneira trágica na madrugada de 5 de setembro de 1972, durante as olimpíadas de Munique. Terroristas de uma organização chamada Setembro Negro invadiram o dormitório da delegação de Israel.
O saldo foi muito triste, morreram nove atletas e cinco terroristas, estes abatidos pela polícia alemã quando se preparavam para deixar o país.

Montreal, 1976

Há sempre um destaque em cada olimpíada, em Berlim, em 1936, surgiram os atletas negros dos Estados Unidos. Em 1952, em Helsinki apareceu Zatopek, a Locomotiva Humana. Nos jogos de Roma, em 1960 despontou Abebe Bikila, o etíope que corria descalço.
Caíram os recordes de atletismo no México, e em Montreal aparecia uma ginasta de 14 anos chamada Nadia Comaneci, estrela absoluta das olimpíadas, nascida na Romênia, país de tamanho menor que o estado de São Paulo.

Moscou, 1980

Estima-se que os russos gastaram quase 3 bilhões de dólares nos preparativos da competição. Quando esta começou, além do Estádio Lênin, com capacidade para 103 mil espectadores, a Rússia dispunha de mais 68 estádios, 230 salas de ginástica, 23 piscinas olímpicas e 110 campos de futebol de alto nível.
Além disso, foram construídos ótimos alojamentos para os atletas , hotéis e até um novo aeroporto internacional.
Foram plantadas mais de 100 mil árvores e milhões de mudas de flores e folhagens. Cerca de 2.000 vias públicas foram recapeadas e ampliou-se o metro. 50.000 policiais uniformizados patrulhavam todos os cantos da cidade.

Los Angeles, 1984

As Olimpíadas de Los Angeles foram realizadas sem qualquer ajuda oficial. Seus organizadores, levantaram todo o dinheiro com patrocínio de empresas particulares.
A rede americana de televisão A.B.C. pagou 325 milhões de dólares pelo direito da trasmissão dos jogos com exclusividade.
A festa de abertura foi maravilhosa, porém, assim como os americanos fizeram falta em Moscou, os sovieticos fizeram falta em Los Angeles, resultado: Os Estados Unidos conquistaram novamente o mairo número de medalhas.

Seul, 1988

Barcelona, 1992

Mais de 11.000 atletas, de 161 países fizeram dos Jogos de Seul o maior de todos os tempos.
Tendo uma semelhança com os jogos de Seul, Barcelona também repetiu a característica em um dos esportes individuais,
O Judô, onde foram conquistadas duas medalhas de ouro, em Seul com o atleta Aurélio Fernandez Miguel no peso meio-pesado e em Barcelona, com o atleta Rogério Sampaio, isso revelando o alto nível do esporte no Brasil.
Sem deixar por menos o volei masculino do Brasil também conquistou a medalha de ouro em Barcelona.

Atlanta, 1996

Os Jogos Olímpicos de Atlanta nos Estados Unidos prometem ser os melhores jogos da história da existência das olimpíadas.
São 100 anos de Olimpíadas modernas, e o Brasil possui grandes esperanças de medalhas de ouro com seus atletas que estão em grande fase de aproveitamento, tanto quanto nas categorias individuais como nas coletivas, tanto no masculino quanto no feminino e com certeza os atletas Brasileiros trarão muitas felicidades para seu povo para que possamos mesmo comemorar os 100 anos das olimpíadas modernas no mundo.

Sdney 2000

Atenas 2004

Beijing 2008

Londres 2012
Rio 2016


Jogos Olímpicos

Competição esportiva que de 4 em 4 anos reúne milhares de representantes de dezenas de países, em provas das mais variadas modalidades. É o principal acontecimento do esporte mundial, não só pelo seu objetivo, que é da confraternização dos povos através de uma das suas mais expressivas manifestações, mas ainda pelo fato de que a ele só podem concorrer os amadores, que não usufruem qualquer vantagem da prática esportiva.

Embora não se saiba ao certo a origem do Jogos Olímpicos, existem dados históricos suficientes acerca de sua iniciação como atividade periódica, e que corresponde ao ano 776 antes de Cristo. A partir dessa data foram celebrados, com regularidade, cada 4 anos, até o ano 394 da Era Cristã, quando o imperador romano Teodósio a sua supressão. Poucos empreendimentos tentados pelo homem têm tido uma duração tão longa. No começo, o programa ocupava um dia só e consistia numa corrida com a extensão que o estádio permitia .Depois acrescentaram-se outros tipos de corridas: o lançamento do dardo e do disco, a luta e o pugilismo, o salto, as corridas de carros, o pentatlo e outros jogos. Tomavam parte nas competições apenas os cidadãos gregos, mas propiciavam-se todas as facilidades a que os atletas procedentes das colônias gregas do Mediterrâneo concorressem, a ponto de receberem eles salvo-conduto no caso de precisarem atravessar zonas de guerra. Tinham tal importância os Jogos Olímpicos que, enquanto duravam, o território do Olimpo, onde se efetuam, nas encostas do Monte Knorion, era considerado neutro e estabelecia-se uma trégua sagrada. Todas as dissensões armadas deviam então cessar, conforme o texto de convenção assinado entre Licurgo e Fitos, rei da Élida. A vida dos gregos tinha tanta ligação com esses Jogos Que chegaram a medir o tempo por olimpíadas,i isto é, o intervalo de quatro anos que decorria entre cada celebração. A maior honra a que podia aspirar um cidadão grego era receber o ramo de oliveira que se dava ao vencedor de um jogo olímpico.

Ressurgimento. Durante mais de 2.000 anos os Jogos Olímpicos foram somente história. Em fim do século XIX, entretanto, um eminente educador e filantropo francês, o Barão Pierre de Coubertin (1863-1937),empenhou-se em fazê-los ressurgir, convencido de que as glórias da Grécia, na sua idade de Ouro, eram devidas, em grande parte, ao impulso que se dera à cultura física e à celebração de festivais esportivos. Sustentando, com um trabalho admirável junto a vários países, a idéia de que só benefícios podiam advir da realização periódica de competições internacionais, em que se oferecessem aos atletas amadores de todas as nacionalidades iguais oportunidades de triunfo, o Barão de Coubertin conseguiu, em um congresso na Sorbonne de Paris, em 1894, lançar as bases dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Dois anos depois, em 1896, os Jogos recomeçavam em Atenas, num magnífico estádio. Desde então, as Olimpíadas se têm repetido de 4 em 4 anos, exceto as correspondentes aos anos de 1916,1940 e 1944, quando o mundo estava em guerra. Foram sede dos Jogos Olímpicos as seguintes cidades: Paris (1900);Saint Louis (1904);Londres (1908);Estocolmo (1912);Antuérpia (1920);Paris (1924);Amsterdã (1928);Los Angeles (1932);Berlim (1936);Londres (1948);Helsinki (1952); Melbourne (1956);Roma (1960);Tóquio (1964);México (1968) e Munique (1972).

A projeção que os Jogos Olímpicos adquiriram obrigou ao desdobramento da sua programação. Assim, desde 1924 os esportes de inverno constituem olimpíada à parte. Realizaram-se pela primeira vez em Chamonix e, depois, em Saint Moritz (1928),Lake Placid (1932), Garmisch-Partenkirchen (1936), Saint Moritz (1948), Oslo (1952), Cortina D'Ampezzo (1956), Squaw Valley (1960), Innsbruck (1964), Grenoble(1968) e Sapporo (1972).
Costumes e Símbolos. Inspiram-se os Jogos Olímpicos numa frase do Barão Pierre de Coubertin, que se tornou o lema do esporte amador: 'O essencial não é vencer, mas competir com lealdade, cavalheirismo e valor.'

Todos os participantes das Olimpíadas são obrigados a alojar-se num conjunto especial de residência, denominado Vila Olímpica. Esse costume é um incentivo à própria essência dos Jogos, que é a da aproximação dos povos por intermédio dos seus esportistas. Homens e mulheres de todo os continentes vivem, durante alguns dias, o mesmo ambiente de amizade, acima das rivalidades e dos preconceitos.
O controle dos Jogos Olímpicos está ao cargo do Comitê Olímpico Internacional, criado junto com o certame, cuja sede é Mon Repôs, Lausanne(Suíça).Ao C.O.I. filiam-se os comitês nacionais, que em 1960,à época dos Jogos de Roma, somavam 87. Nas Olimpíadas desse ano tomaram parte mais de 7.000 atletas.

Apesar da tentativa de influência política, que insiste em atribuir contagem de pontos para a afirmação da superioridade de determinado país sobre os demais, os Jogos Olímpicos não admitem esse critérios. As vitórias são exclusivamente individuais. Aos ganhadores até o 3° lugar são conferidas medalhas, respectivamente, de ouro, prata e bronze.

Cinco argolas entrelaçadas representam o símbolo olímpico. Foram idealizadas também pelo Barão de Coubertin em 1914, mas só apareceram nos Jogos de 1920. Essas argolas estão inscritas numa bandeira de fundo branco, liso, e suas cores representam os continentes: azul, Europa; amarelo, Ásia; preto, África; verde, Astrália; e vermelho, Améirca.

O C.O.I. designava a sede dos Jogos Olímpicos seis anos antes de cada realização sendo livre as inscrições. O país que promove a competição compõe o hino Olímpico daquele ano, que é tocado nas principais cerimônias. Durante a entrega das medalhas aos vencedores é executado o hino do país a que pertence o campeão. Tradição dos Jogos Olímpicos é ainda o transporte da chama olímpica, que, desde 1936, após ser acesa em Olímpia(Grécia),é conduzida por atletas, em revezamento até os locais dos Jogos, cruzando estradas, montese maresia chama só se apaga na solenidade de encerramento dos Jogos.

Amadorismo. O conceito de amadorismo tem sido um dos maiores problemas olímpicos após a II Guerra Mundial. Os regulamentos do C.O.I. proíbem a participação de profissionais, ou quem quer que usufrua vantagem do esporte. Mas, dado o interesse dos países em participar dos Jogos Olímpicos, iniciando praticamente no fim de cada competição os preparativos para a seguinte, aquele conceito se modificou e pode ameaçar as Olimpíadas na forma como atualmente são encaradas. Há nações cujo governos quase que isolam seus atletas das atividades normais do trabalho, sustentando-os em troca de um treinamento intensivo.

Atuação Brasileira. O esporte brasileiro fez-se representar pela primeira vez nos Jogos Olímpicos em 1920(Antuérpia),quando enviou uma delegação de 21 competidores. A presença do Brasil foi marcada pela conquista de um título, o de Guilherme Paraense, que obteve o primeiro lugar na prova de tiro ao alvo reservada a revólver silhueta de homem em pé; outro atirador brasileiro, Afrânio Costa, que anos mais tarde seria o ministro do Supremo Tribunal Federal, colocou-se em segundo lugar na prova de pisto livre a 50 metros. O Brasil só viria a arrebatar novo título nos Jogos Olímpicos de 1952, com o atleta Ademar Ferreira da Silva, na prova de salto triplo. Esse mesmo atleta veio a triunfar nessa prova em 1956, nos Jogos de Melborne, conseguindo, portanto, a façanha de sagrar-se bicampeão olímpico. Afora esse sucesso, os representantes brasileiro, sofrendo as dificuldades naturais de um centro esportivo pouco desenvolvido nos esportes olímpicos, pouco registraram nos anais dos Jogos. Entre os resultados mais destacados, contam-se: o 3° lugar de José Teles da Conceição na prova de salto em altura, em Helsinki(1952),a idêntica posição dos nadadores Tetsuo Okamoto e Manoel dos Santos, respectivamente, nas provas dos 1.500 metros nado livre (1952) e 100 metros nado livre(1960);o 3° lugar da seleção de basquetebol, em 1948,1960 e 1964,e o 3° lugar de Chiak Ishii em judô, em 1972.

A Hipertenção Arterial Relacionada ao Exercício Físico


INTRODUÇÃO

Com o aumento da população com idade acima de 60 anos, graças ao maior tempo de expectativa de vida, a Hipertensão Arterial se tornou a doença crônico-degenerativa mais comum. Nos adultos, estudos indicam que 15% dos adultos são portadores de Hipertensão Arterial. Estima-se que, no Brasil, exista um hipertenso para cada três pessoas com idade acima de 40 anos, sendo que 40% não tem conhecimento de sua doença.

Sem dúvida, a hipertensão é o principal motivo (40%), para que as doenças cardiovasculares sejam a principal causa de morte, nos indivíduos acima de 40 anos, no Brasil.

Neste trabalho, irei abordar algumas das principais características desta doença, seus problemas, e soluções para sua prevenção e como o exercício físico pode ser muito para evita-la.

A HIPERTENSÃO ARTERIAL

O coração bombeia o sangue para os demais órgãos do corpo por meio de tubos chamados artérias. Quando o sangue é bombeado, ele é "empurrado" contra a parede dos vasos sangüíneos. Esta tensão gerada na parede das artérias é denominada pressão arterial.

A hipertensão arterial ou "pressão alta" é a elevação da pressão arterial para números acima dos valores considerados normais (140/90mHg). Esta elevação anormal pode causar lesões em diferentes órgãos do corpo humano, tais como cérebro, coração, rins e olhos. Outro tipo de hipertensão menos comum é chamada de hipertensão arterial secundária e poderá ser controlada através de tratamento médico especifico.

A termo de comparação, pode imaginar um esguicho de molhar jardins, como uma artéria e ao se apertar o mesmo, a água sai com maior força, isso seria a Hipertensão Arterial. Esse aumento da pressão pode danificar os órgãos e tecidos do organismo, além de fazer com que o sangue não possa executar suas funções (levar oxigênio e outros nutrientes e retirar o "lixo", que precisa ser eliminado), como deveria. E ainda, pode romper as artérias mais frágeis, causando hemorragias. Quando isso ocorre nas artérias do cérebro acontece o que se chama Acidente Vascular Cerebral - AVC - hemorrágico (o popular derrame cerebral).

Usando a mesma comparação anterior, pode-se entender que a "pressão alta" pode acontecer por dois motivos: o aumento da pressão da água da torneira (que seria o coração) e diminuição do calibre do esguicho. Esta segunda forma, mais comum, é o aumento da resistência periférica, que faz da Hipertensão Arterial, muito mais uma doença circulatória do que "cardíaca".

Em cerca de 95% dos casos, não é identificada a causa do aumento da pressão arterial e ela é chamada Hipertensão Arterial Essencial. Os outros 5% se dividem em aumento da pressão causado por doenças do coração, dos rins e das glandulas endócrinas (tireóide, supra-renal, hipófise, etc.). Pressão Arterial Sistólica (PAS) ou máxima é a pressão com que o sangue sai do coração, e Pressão Arterial Diastólica (PAD) ou mínima é a pressão com que o sangue chega aos vasos sanguíneos da periferia do corpo humano.

É preciso deixar bem claro que para uma pessoa ser considerada portadora de Hipertensão Arterial, é preciso que os níveis de pressão permaneçam alterados por um determinado tempo, portanto uma medida com os níveis alterados não são suficientes, salvo raras exceções, para se dizer que a pessoa é doente. Isso se deve ao fato que, o exercício, as emoções e até mesmo a dor, entre outras coisas, podem causar uma elevação temporária da pressão, sem causar dano significativo ao organismo.

Entre os fatores que podem influenciar no surgimento e desenvolvimento da Hipertensão Arterial, podemos citar: o hábito de fumar, o "stress", o uso de bebidas com elevado teor alcoólico, a obesidade , uma vida sedentária e, o mais importante, o uso excessivo de sal na alimentação. Essa influência vai a tal ponto que, às vezes, apenas o controle desses fatores são suficientes para o controle da pressão, sem necessidade de nenhuma outra medicação.

O QUE PODE SER FEITO

Pelo que foi dito anteriormente, já é possível se ter uma idéia de medidas simples, porém eficientes, que se pode ter para o controle da Hipertensão Arterial. Em primeiro lugar, o hábito de se "medir a pressão", deve fazer parte do cotidiano das pessoas. Claro que se deve procurar locais onde existam pessoas capacitadas para fazer essa medida, para que os valores obtidos sejam de confiança. O bom senso é o melhor conselheiro na questão do uso de cigarros e bebidas alcoólicas, sendo que cada um deve saber o limite entre o costume e o prejuízo que pode ser causado por cada um deles. Na questão das bebidas alcoólicas, por exemplo, as cervejas possuem entre 4 e 6% de teor alcoólico, os vinhos, entre 7 e 20%, as aguardentes e o whisky, 40 e 55%, a vodca, perto de 70%. Então cada uma dessas bebidas deve ser tratada de forma diferente.

A obesidade deve ser encarada como um desafio a vencer, se a Hipertensão Arterial em si, já é um problema, imagine quando ela é "ajudada" por outras doenças ou situações. Como por exemplo o diabetes, já que ambos causam danos para a circulação, rins, coração e cérebro. Outros fatores agravantes da Hipertensão Arterial são: o excesso de colesterol e triglicérides no sangue, doenças cardíacas e doenças renais.

Os exercícios também são importantes no controle dos níveis de glicemia desde que regulares e progressivos. A atividade física aumenta o gasto de energia e eleva a sensibilidade dos tecidos a insulina, aumentando a utilização periférica da glicose, o que leva o indivíduo a utilizar menos insulina, e permite uma ingestão maior de alimentos. O impacto de um exercício não programado pode causar hipoglicemia. Frente a isso, um lanche prévio ou diminuição da dose de insulina (sempre com a orientação de seu médico) pode ser necessário.

É importante se exercitar com regularidade, para prevenir doenças cardiovasculares como a hipertensão. Além de prover outros fatores importantes para a nossa saúde, como:

Diminui o nível de açúcar no sangue;

Ajuda a diminuir e manter o peso adequado;

Ajuda a manter os ossos fortes e o coração saudável;

Ajuda a diminuir o stress e ter mais energia.

BIBLIOGRAFIA

Protocolo de hipertensão arterial, Comissão de Adultos - Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Campinas, 1997

Consenso Nacional sobre Hipertensão Arterial - Ministério da Saúde, 1994

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Treinar e treinar: esta é a regra do jogo


Todo atleta sabe que a preparação física não é uma das etapas mais agradáveis no processo de treinamento. Ao contrário. Trata-se da parte mais cansativa porque exige muita dedicação, empenho e perseverança do jogador. Arremessar uma bola e fazer cesta ou chutá-la e marcar gol são sensações extraordinárias porque a motivação está no resultado final. Mas correr seis km para que o exercício possibilite uma melhor condição de jogo, por exemplo, não traz euforia imediata, embora seja fundamental para atingir a principal meta: a vitória.

Através da difícil tarefa de desenvolver as capacidades que permitam ao jogador desempenhar suas funções técnicas com habilidade e precisão, Waldir José Barbanti, vice-diretor da Escola de Educação Física e Esportes da USP e ex-preparador físico da Seleção Brasileira Masculina de Basquete, auxilia o atleta a estar em forma, de acordo com a exigência específica do esporte. "A preparação física está ganhando importância devido à alta exigência de rendimento dos atletas", ressalta. "É uma área do futuro cada vez mais valorizada pelo esporte porque envolve, atualmente, um trabalho árduo, programado, sistematizado, sério e de alto nível."

Apesar da fraca campanha dos jogadores de basquete no mundial da Grécia, Barbanti ostenta, orgulhoso, vários títulos importantes como preparador físico da seleção, entre eles o dos Jogos Panamericanos dos Estados Unidos, em 87, ano em que iniciou suas atividades com a seleção. "Foi uma emoção muito grande ter ganhado a final contra o time da casa", relembra. Entre 92 e 96 esteve afastado, retornando à função no ano passado. Parte da preparação realizada pelos jogadores foi feita na própria Universidade. "Considero extremamente interessante trazer um grupo de elite aqui na USP por ser uma boa oportunidade dos alunos apreciarem seu treinamento e aprenderem sobre conceitos que foram dados em sala de aula; essa vivência é muito importante", observa Barbanti, que também é professor da disciplina Teoria do Treinamento. "Além disso, acho muito proveitoso poder apresentar o conhecimento científico na prática."

Nesse sentido, Barbanti aponta que há um valioso aprendizado quando se pode trazer para a Universidade o esporte praticado fora do meio acadêmico. "Tenho a possibilidade de aplicar o saber acadêmico em um grupo formado pelos melhores, o que significa uma prestação de serviço para o País, porque se trata da seleção nacional", avalia. "É uma relação onde ganha o professor, o atleta que recebe um treinamento inovador e os alunos que podem acompanhar todo o processo."

Entre testes e exercícios

A preparação física sempre leva em consideração a especificidade do esporte. No caso do basquete, dez pessoas jogam em uma quadra de 28 metros de comprimento, ou seja, é uma modalidade em que a velocidade é o fator preponderante porque tudo se processa rápido demais. Se o atleta precisa ser veloz para ser bom jogador, o preparador físico deve desenvolver sua velocidade. Mas para jogar com eficiência, saltar, correr e pegar a bola, terá também que aprimorar sua força. "Quando o trabalho é feito dentro de uma estrutura de universidade, temos a possibilidade de fazer uma atividade muito mais precisa e eficiente", afirma Barbanti. "Tudo isso dificilmente pode ser realizado por alguém que não tem acesso ao avanço científico e aos recursos tecnológicos proporcionados pela Universidade."

Ao todo, foram 24 dias de treinamento, dois reservados para a aplicação de testes. "Os testes são muito importantes para acompanhar a evolução de cada atleta, o nível em que se encontra", argumenta. "Como acompanhei esses jogadores durante anos, conheço seus pontos fortes e fracos, por isso sei o que cada um precisa", pondera. "É muito enriquecedor poder trabalhar com esse grupo porque amadurecemos no conceito à medida que conhecemos o jogador e a própria cultura esportiva."

Como no vestibular, quanto mais testes, melhor a visão que o preparador vai obter da equipe. No tempo em que esteve com os atletas, Barbanti realizou quatro deles — em média, o jogador passa por oito. Um dos mais importantes é o de impulsão vertical, usado para medir a capacidade que o jogador tem de saltar em direção ao aro, situado a mais de três metros do chão. Há também recursos para avaliar o nível de força de cada atleta e o teste de salto horizontal, fundamental na situação de jogo porque possui relação com a capacidade de correr rápido. Todas essas informações são possíveis com a ajuda da tecnologia. Um aparelho italiano composto por um minicomputador, por exemplo, tem um programa para medir a altura do salto do jogador. "Os dados fornecidos por esse instrumento são precisos e isentos de erro", afirma Barbanti. "A partir deles, posso saber que a força de um determinado atleta é boa, mas seu aproveitamento é pequeno, o que permite a escolha de exercícios para melhorar a capacidade."

Para o especialista, existem muitas limitações para exercer com eficiência trabalho de preparador físico no País. "Fora da Universidade, além da nossa cultura esportiva não possuir os equipamentos necessários para realizar uma boa preparação, não existe também o conhecimento do conceito para estabelecer um plano de treinamento bem estruturado, o que pode ser considerado um dos problemas típico de país de Terceiro Mundo", ressalta.

De olho na Copa de 98

Na fase em que os jogadores estavam a um mês do início do campeonato, treinavam das 9h30 às 12h e das 17h às 19h, sob os olhos atentos dos alunos e do próprio Barbanti. "A maioria dos esportes, hoje, exige treino de três a cinco horas diárias", explica. Segundo o preparador, a formação de um atleta de alto nível, ou seja, aquele que vai atingir o status de um jogador internacional, leva de 8 a 12 anos. No entanto, esse tempo nem sempre é respeitado. "Lamentavelmente, o brasileiro é muito imediatista e esse é um dos problemas do esporte nacional", argumenta. "As pessoas não entendem que é a médio e longo prazos que se forma um bom jogador, essa é uma questão cultural", argumenta.

Para Barbanti, o pouco tempo que em geral é destinado ao treinamento ajuda a explicar a derrota do Brasil na final da Copa do Mundo de Futebol daquele ano. "Os jogadores que vieram da Europa tiveram cerca de 15 dias para treinar e se preparar para a viagem rumo à França, enquanto o esporte profissional exige muito mais tempo de treino", afirma. "Além disso, nosso time era muito habilidoso individualmente, mas em conjunto não; acredito até que nossos jogadores são melhores que qualquer outra seleção, inclusive melhores que a do mundo, no entanto, em termos de conjunto não estávamos bem preparados taticamente para um campeonato mundial."

Segundo o especialista, um ou outro jogador brasileiro mostrou agilidade em campo, como Cafu e Rivaldo, mas a maioria não estava bem. "A França, apesar de não ter elementos individuais tão bons quanto os nossos, taticamente era muito superior e os jogadores se conheciam muito bem, tanto é que ganhou de três a zero de nós passeando em campo", observa. "Já os nossos jogadores não estavam bem preparados porque tiveram pouco tempo destinado à preparação física. O próprio Ronaldinho não estava no melhor de sua forma, mostrava-se muito cansado no segundo tempo, o que revela falta de treino."

Com relação ao que teria acontecido com o jogador no último jogo, Barbanti explica que ocupar a posição de ídolo exige muita solidez de personalidade. "Uma pessoa entre 21 e 25 anos ainda está em formação e tem dificuldades em lidar, de uma hora para outra, com tanto sucesso, prestígio e o mundo milionário que o futebol oferece", afirma. "Há muita cobrança e não é fácil suportar toda essa pressão, o que pode ter contribuído negativamente no caso de Ronaldinho."

Experiente em situações que exigem muita fibra e estrutura psicológica por parte da equipe, o professor vê uma boa perspectiva para a preparação física no País. "Todo esporte, hoje, tem um preparador físico, até mesmo o automobilismo", afirma. "É uma área emergente e a Copa do Mundo deixou isso muito claro. Portanto, ao ver um esportista, uma equipe ganhar ou perder, devemos analisar o resultado como fruto de um processo muito complexo e cuidadoso."

Fonte: www.usp.br/jorusp/arquivo/1998/jusp441/manchet/rep_res/rep_int/pesqui1.html

PREPARAÇÃO FÍSICA E FORTALEZA MENTAL


Seguramente encontraremos em muitos livros definições do que é a Preparação Física, o Treinamento Desportivo em geral, mas é muito difícil poder definir numa simples frase algo tão importante para a obtenção do objetivo final do desportista do alto rendimento: GANHAR.

Na atualidade do Esporte de Elite, em todas as etapas (desde as infantis até as de veteranos), a importância da Preparação Física é inegável. Uma definição muito simples seria: "Retardar a aparição da fadiga"

Treinar as condições físicas e técnicas é muito fácil para qualquer Profissional capacitado na área das Ciências do Esporte, mas retardar a aparição da Fadiga Psicológica é muito mais complexo.
E nós nos perguntamos, Por que falamos de Preparação física e fadiga mental? Porque a Dureza Mental esta DIRETAMENTE RELACIONADA com o Treinamento da VONTADE, a SUPERAÇÃO DE SITUAÇÕES ESTRESSANTES, sentir e superar o ABORRECIMENTO que implica a repetição de exercícios que muitas vezes o desportista pensa "não ter sentido", VENCER A SI MESMO em todos e em cada um dos treinamentos. Uma das atividades mais úteis para se alcançar esta meta é o Treinamento Físico ou Preparação Física.
A função de Preparador Físico, que sempre deve ser exercida por um Professor formado em Educação Física, é a do amigo que exige mais do que pode dar o atleta, saber onde está o limite de suas possibilidades, alentá-lo nos momentos difíceis durante o período pré-competitivo, descobrir os pontos débeis e transmiti-los ao Corpo Médico, especialmente ao Psicólogo, e ao Técnico, programar sessões de treinos exaustivas para que supere momentos de “incomodo” durante o desenvolvimento da competição.

Como exemplo vou citar um pequeno plano de exercícios que aplico a um desportista que chega pela primeira vez para treinar comigo: "Deverás trotar, só, 3 vezes por semana 20 ou 30 minutos e anotar qual distância percorres" ou " como
aquecimento deverás fazer 300 deslocamentos laterais de 9 metros(no caso dos jogadores de Tênis, Badminton ou Squash)".

Muitos contestam “Ufa” isto é muito chato, não há outra coisa para fazer", a minoria o faz sem queixar-se e ao finalizar perguntam qual é a tarefa seguinte.

A DISCIPLINA do treinamento físico leva-nos a obter a DISCIPLINA MENTAL (CONCENTRAÇÃO), e assim poder superar cada um dos instantes de sucesso e de fracasso (que são muitos e variados) em todos e em cada uma das participações durante toda a carreira do competidor de alto rendimento.

A RELAÇÃO DE DESPORTISTAS QUE CHEGAM AO TOPO E OS QUE ABANDONAM NO CAMINHO OU PERDEM SEMPRE É A MESMA QUE, ENTRE OS QUE NÃO SE QUEIXAM E OS QUE PROTESTAM E SEMPRE TEM DESCULPAS.

Considerar o treinamento físico como um fator muito importante, não significa esquecer dos fatores técnicos e táticos inerentes a cada esporte.

O domínio das diferentes técnicas especificas e o manejo das considerações táticas, postas em ação à máxima velocidade possível e com o máximo de eficácia, é o princípio elementar dos objetivos de um Grupo interdisciplinar (Comissão Técnica, Médico, Psicológico, de Avaliação), no momento de confeccionar o Planejamento.
Na Equipe Interdisciplinar todos seus integrantes devem estar capacitados para desenvolver suas funções com excelência e, também, conhecer os aspectos mais importantes das outras áreas para poder, em certos e determinados momentos onde não esteja o especialista, poder resolver com eficácia os problemas. Exemplos: O jogador A) esta em sessão de preparação física e se sente débil ou cansado. O "Prof." deve conhecer os suplementos vitamínicos e de minerais que o mesmo precisa.
O jogador B) comenta ao Diretor Técnico que não pôde dormir a noite inteira. Aconselha-lhe Não treinar para evitar lesões por fadiga.
Ante qualquer consulta sobre alimentação além do nutricionista, todos devem conhecer o plano semanal, as cargas de trabalho e ter um mesmo discurso nutricional para os integrantes da equipe.
FATORES A TER EM CONTA
Planejamento Geral: Determinar mecanismos fisiológicos relacionados ao esporte em si, diferentes períodos da temporada (Pré-temporada, pré-competição, competição propriamente dita, pós-competição); Objetivos do desportista ou da equipe; quantidade de dias de treinamento semanal; etc.
Avaliação ou diagnostico prévio: Estado real no momento do início da gestão.
Tipos de avaliações: Cineantropométricas, Fisiológicas, Biomecânicas, de Campo, Psicológicas.
Planejamento específico: Confecciona-se de acordo com a avaliação INDIVIDUAL, coincidindo com os objetivos de cada período.
Reavaliações periódicas: Em geral são feitas a cada trinta e/ou cinqüenta dias de intervalo e são de suma importância para otimizar os níveis de rendimento.
As mais freqüentes são as de campo. Alguns treinadores as realizam semanalmente e excepcionalmente com uma freqüência diária.
Nos esportes coletivos podem ser utilizados também, como controle os resultados das partidas.
As de Laboratório e as psicológicas, respeitam a freqüência média e as de biomecânica se realizam de acordo às necessidades, correções e avanços de cada atleta.
Correções permanentes (do planejamento): Microciclo. Tendo como referencia as avaliações periódicas, a performance em competições, as considerações da equipe interdisciplinar, avaliações subjetivas do treinador, a dinâmica do grupo (aspectos sociais).
Qualquer pessoa que deseje começar a percorrer o caminho difícil do Alto Rendimento deve saber que o treinamento é ANGÚSTIA, TENSÃO E DOR.
Superar esta barreira é estar perto do objetivo final: GANHAR
Aquele que consegue superar os momentos difíceis nas diferentes etapas do treinamento para chegar no nível mais alto e não triunfa desportivamente por falta de capacidade técnica individual, mas que entendeu as vantagens do Treinamento Físico, seguramente na Vida estará preparado para conseguir SEU MAIS ALTO RENDIMENTO, não só no estritamente físico, mas no social, trabalhista, mental e espiritual, pois o Esporte é FORMADOR DE SERES INTEGRAIS, preparados para VENCER todos os embates da vida diária.
O que pratica ou praticou algum esporte de forma organizada, seguramente teve a sensação de saber que sempre SE PODE um pouco MAIS.

SESSÃO DE PLIOMETRIA


SÉRIE DE EXERCÍCIOS:

1. Salto em distância sem impulso com 2 pés.
2. Salto em distância sem impulso com 1 pé.
3. Salto triplo alternando E.D.E ou D.E.D.
4. Salto triplo em um pé só E.E.E. ou D.D.D.
5. Salto triplo de atletismo E.E.D ou D.D.E.
6. Salto triplo Canguru (com 2 pés).
7. Pentasaltos alternados.
8. Pentasaltos em um pé só.
9. Pentasaltos Canguru.
10. Decasaltos alternados.
11. Decasaltos em um pé só.
12. Decasaltos canguru.
13. Decasaltos combinados D.D.E.E.D.D.E.E.D.D.

Distâncias: Curtas (até 30m). Duração: Breve (6''-8''). Intensidade: Máxima. Pausa: Completa (3' a 5'). Volume: entre 100 e 200 saltos por sessão - Segundo o nível do grupo.