Texto extraído do Professor Prof. Eder Lima
ACORDAMOS SEM PREGUIÇA DE LER E PENSAR? VEREMOS! rsrsrs
FACERS é triste ver o rumo que as coisas estão tomando na musculação, sendo na maioria das vezes por puro despreparo dos profissionais que nela atuam.
A cada dia estamos vendo mais e mais exercícios serem simplesmente BANIDOS das academias por parte da direção destas. Mas estão erradas as academias? CLARO QUE NÃO! Afinal que academia quer ver seu nome atrelado à má fama de “lugar onde se provocam lesões”? NENHUMA; ÓBVIO!
Quantas e quantas vezes já repeti que NÃO EXISTEM EXERCÍCIOS CONTRAINDICADOS, EXISTEM PESSOAS CONTRAINDICADAS? Pois, é! E de quem é o problema então? Agora começam as desculpas dos maus profissionais... Ahhh, mas isso deveria aparecer na avaliação do cliente! Ah é? NEGATIVO! Pouco importa se a academia tem ou não um ótimo Fisioterapeuta para avaliar decentemente os clientes, pois mesmo com este atuando o que mais vejo são professores de musculação que não fazem a menor idéia como utilizar os dados contidos na avaliação. E tem mais, para quem estudou e procura continuar estudando, basta “bater o olho” na pessoa e percebem-se nitidamente as alterações posturais dela! Professor; é sua obrigação saber o que fazer e respeitar as limitações de cada um!
Vamos tentar observar o porque da PUXADA POR TRÁS (ou pulley posterior, puxada atrás, seja lá o nome que quiser) ter sido banida de tantas academias. Peço mil desculpas, mas não terei como escapar dessa vez de certos tecnicismos, mas NÃO SE ASSUSTEM COM OS TERMOS, tentarei colocar da forma mais clara possível.
ARTROCINEMÁTICA e OSTEOCINEMÁTICA DO OMBRO
MUITA CALMA NESSA HORA! A coisa é mais simples que parece. Artrocinemática se refere ao movimento existente entre duas superfícies articulares.
Osteocinemática se refere ao movimento descrito pelo osso do segmento no espaço; no caso o Úmero, para frente, para trás, para cima e para baixo.
Vamos tentar entender os dois conceitos em relação ao ombro durante a PUXADA POR TRÁS.
A articulação do ombro ou glenoumeral temos a cabeça do úmero de forma semiesférica articulando com a cavidade glenóide (figura 3) que seria como um pires raso. Esta forma permite que a cabeça do úmero possua uma grande movimentação por toda superfície da glenóide e para que isso aconteça a cápsula articular dos ombros (tecido conjuntivo que reveste a articulação fornecendo estabilização) tem que ser um tanto frouxa, NÃO DEMAIS! Essas características nos permitem grandes amplitudes de movimento da articulação dos ombros, mas também podem ser agente de traumas por sua certa instabilidade natural.
Na PUXADA POR TRÁS, durante a fase positiva, a cabeça do úmero vai girar para baixo e deslizar para cima em seu contato com a glenóide (movimento artrocinemático) ao passo que o úmero é aduzido na direção do corpo (movimento osteocinemático) ATÉ AQUI TUDO BEM? Porque agora começam os problemas!
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA
A nossa Cintura Escapular (formada pela Clavícula + Escápula – figuras 1 e 2) literalmente flutua sobre a caixa torácica tendo como união real, apenas a articulação entre a Clavícula e o osso Esterno. E se observarmos bem as figuras veremos que logo acima da cabeça do Úmero existe um osso – o ACRÔMIO. Portanto, temos um pequeno espaço entre a cabeça do Úmero e o Acrômio que DEVE SER MANTIDO A TODO CUSTO ou as estruturas que existem acima da cabeça do úmero (tendão do músculo Supraespinhoso, tendão da porção longa do Bíceps e a Bursa Subacromial) serão IMPACTADAS contra o Acrômio desencadeando processos inflamatórios agudos e por vezes crônicos levando à ruptura de tendões.
O bom ou mau posicionamento da Cintura Escapular fica a cargo de toda a musculatura que atua sobre estas. Essa musculatura quando apresenta desequilíbrios de força e/ou flexibilidade se torna responsável por uma série de alterações mecanicoposturais como depressão, protusão, abdução escapular, rotação superior ou inferior, tilt anterior e etc. Tais alterações afetarão diretamente o bom funcionamento da articulação dos ombros!
TODO E QUALQUER MOVIMENTO DA CINTURA ESCAPULAR DEVE COMEÇAR POR UMA AÇÃO SOBRE AS ESCÁPULAS, SEJA DINÂMICA OU ESTÁTICA! Ai, como eu queria que todos os professores compreendem-se esse conceito tão simples! FACERS, trocando em miúdos, isso quer dizer que toda vez que formos fazer um movimento com os braços e para que se tenha uma estabilidade ideal para gerar a força necessária sem prejuízo da articulação dos ombros precisamos começar movendo ou sustentando isometricamente as Escápulas!
Vamos para nossa PUXADA POR TRÁS. Quando estamos para começar a Puxada por trás, os braços estão estendidos e as escápulas estão elevadas e abduzidas de sua posição natural NEUTRA. Assim sendo, a PRIMEIRA ação a fazer seria tracionar as escápulas para BAIXO e PARA TRÁS. Ao fazer esse movimento combinado, os músculos Trapézio Inferior e Médio mais Rombóides Maior e Menor trarão as Escápulas até sua POSIÇÃO NEUTRA APENAS; não permitindo que estas sejam deprimidas ao final do movimento. E não devemos esquecer do movimento do Úmero que deverá ser mantido em rotação externa e trafegar rigorosamente pela linha lateral do tronco.
Não vimos acima na Artrocinemática que durante a fase positiva da Puxada por trás a cabeça do Úmero gira para baixo e desliza para cima? MAS ACONTECE QUE A CABEÇA DO ÚMERO NÃO PODE DESLIZAR DEMAIS PARA CIMA OU IRÁ SE CHOCAR CONTRA O ACRÔMIO! Ao iniciar o exercício pela ação das Escápulas, criamos uma base de estabilização para que os músculos estabilizadores dos ombros entrem em ação.
Seriam estes:
- Supraespinhoso – tracionando a cabeça do Úmero contra a glenóide e mantendo a rotação externa do Úmero.
- Infraespinhoso e Redondo Menor – tracionando a cabeça do Úmero para baixo e mantendo a rotação externa do úmero
- Subescapular – tracionando a cabeça do Úmero contra glenóide e para baixo
Sem a perfeita ação e coordenação desses músculos (que formam o MANGUITO ROTADOR) a ação de todos os demais músculos envolvidos em tracionar o Úmero na direção do corpo (o movimento osteocinemático) empurrarão a cabeça do Úmero contra o Acrômio e as lesões começarão!
RESUMO DA ÓPERA: VOCÊ TEM CERTEZA QUE SEU CLIENTE PODE FAZER TAL EXERCÍCIO? NOSSA, PROF. EDER O QUE FAZER? Simples, antes de usar tal exercício alongue o que está encurtado e fortaleça o que estiver fraco. Quer saber como? Ahhh...isso é assunto para um próximo artigo. NÃO PERCAM!
BONS TREINOS E ATÉ A PRÓXIMA
A cada dia estamos vendo mais e mais exercícios serem simplesmente BANIDOS das academias por parte da direção destas. Mas estão erradas as academias? CLARO QUE NÃO! Afinal que academia quer ver seu nome atrelado à má fama de “lugar onde se provocam lesões”? NENHUMA; ÓBVIO!
Quantas e quantas vezes já repeti que NÃO EXISTEM EXERCÍCIOS CONTRAINDICADOS, EXISTEM PESSOAS CONTRAINDICADAS? Pois, é! E de quem é o problema então? Agora começam as desculpas dos maus profissionais... Ahhh, mas isso deveria aparecer na avaliação do cliente! Ah é? NEGATIVO! Pouco importa se a academia tem ou não um ótimo Fisioterapeuta para avaliar decentemente os clientes, pois mesmo com este atuando o que mais vejo são professores de musculação que não fazem a menor idéia como utilizar os dados contidos na avaliação. E tem mais, para quem estudou e procura continuar estudando, basta “bater o olho” na pessoa e percebem-se nitidamente as alterações posturais dela! Professor; é sua obrigação saber o que fazer e respeitar as limitações de cada um!
Vamos tentar observar o porque da PUXADA POR TRÁS (ou pulley posterior, puxada atrás, seja lá o nome que quiser) ter sido banida de tantas academias. Peço mil desculpas, mas não terei como escapar dessa vez de certos tecnicismos, mas NÃO SE ASSUSTEM COM OS TERMOS, tentarei colocar da forma mais clara possível.
ARTROCINEMÁTICA e OSTEOCINEMÁTICA DO OMBRO
MUITA CALMA NESSA HORA! A coisa é mais simples que parece. Artrocinemática se refere ao movimento existente entre duas superfícies articulares.
Osteocinemática se refere ao movimento descrito pelo osso do segmento no espaço; no caso o Úmero, para frente, para trás, para cima e para baixo.
Vamos tentar entender os dois conceitos em relação ao ombro durante a PUXADA POR TRÁS.
A articulação do ombro ou glenoumeral temos a cabeça do úmero de forma semiesférica articulando com a cavidade glenóide (figura 3) que seria como um pires raso. Esta forma permite que a cabeça do úmero possua uma grande movimentação por toda superfície da glenóide e para que isso aconteça a cápsula articular dos ombros (tecido conjuntivo que reveste a articulação fornecendo estabilização) tem que ser um tanto frouxa, NÃO DEMAIS! Essas características nos permitem grandes amplitudes de movimento da articulação dos ombros, mas também podem ser agente de traumas por sua certa instabilidade natural.
Na PUXADA POR TRÁS, durante a fase positiva, a cabeça do úmero vai girar para baixo e deslizar para cima em seu contato com a glenóide (movimento artrocinemático) ao passo que o úmero é aduzido na direção do corpo (movimento osteocinemático) ATÉ AQUI TUDO BEM? Porque agora começam os problemas!
CINESIOLOGIA E BIOMECÂNICA
A nossa Cintura Escapular (formada pela Clavícula + Escápula – figuras 1 e 2) literalmente flutua sobre a caixa torácica tendo como união real, apenas a articulação entre a Clavícula e o osso Esterno. E se observarmos bem as figuras veremos que logo acima da cabeça do Úmero existe um osso – o ACRÔMIO. Portanto, temos um pequeno espaço entre a cabeça do Úmero e o Acrômio que DEVE SER MANTIDO A TODO CUSTO ou as estruturas que existem acima da cabeça do úmero (tendão do músculo Supraespinhoso, tendão da porção longa do Bíceps e a Bursa Subacromial) serão IMPACTADAS contra o Acrômio desencadeando processos inflamatórios agudos e por vezes crônicos levando à ruptura de tendões.
O bom ou mau posicionamento da Cintura Escapular fica a cargo de toda a musculatura que atua sobre estas. Essa musculatura quando apresenta desequilíbrios de força e/ou flexibilidade se torna responsável por uma série de alterações mecanicoposturais como depressão, protusão, abdução escapular, rotação superior ou inferior, tilt anterior e etc. Tais alterações afetarão diretamente o bom funcionamento da articulação dos ombros!
TODO E QUALQUER MOVIMENTO DA CINTURA ESCAPULAR DEVE COMEÇAR POR UMA AÇÃO SOBRE AS ESCÁPULAS, SEJA DINÂMICA OU ESTÁTICA! Ai, como eu queria que todos os professores compreendem-se esse conceito tão simples! FACERS, trocando em miúdos, isso quer dizer que toda vez que formos fazer um movimento com os braços e para que se tenha uma estabilidade ideal para gerar a força necessária sem prejuízo da articulação dos ombros precisamos começar movendo ou sustentando isometricamente as Escápulas!
Vamos para nossa PUXADA POR TRÁS. Quando estamos para começar a Puxada por trás, os braços estão estendidos e as escápulas estão elevadas e abduzidas de sua posição natural NEUTRA. Assim sendo, a PRIMEIRA ação a fazer seria tracionar as escápulas para BAIXO e PARA TRÁS. Ao fazer esse movimento combinado, os músculos Trapézio Inferior e Médio mais Rombóides Maior e Menor trarão as Escápulas até sua POSIÇÃO NEUTRA APENAS; não permitindo que estas sejam deprimidas ao final do movimento. E não devemos esquecer do movimento do Úmero que deverá ser mantido em rotação externa e trafegar rigorosamente pela linha lateral do tronco.
Não vimos acima na Artrocinemática que durante a fase positiva da Puxada por trás a cabeça do Úmero gira para baixo e desliza para cima? MAS ACONTECE QUE A CABEÇA DO ÚMERO NÃO PODE DESLIZAR DEMAIS PARA CIMA OU IRÁ SE CHOCAR CONTRA O ACRÔMIO! Ao iniciar o exercício pela ação das Escápulas, criamos uma base de estabilização para que os músculos estabilizadores dos ombros entrem em ação.
Seriam estes:
- Supraespinhoso – tracionando a cabeça do Úmero contra a glenóide e mantendo a rotação externa do Úmero.
- Infraespinhoso e Redondo Menor – tracionando a cabeça do Úmero para baixo e mantendo a rotação externa do úmero
- Subescapular – tracionando a cabeça do Úmero contra glenóide e para baixo
Sem a perfeita ação e coordenação desses músculos (que formam o MANGUITO ROTADOR) a ação de todos os demais músculos envolvidos em tracionar o Úmero na direção do corpo (o movimento osteocinemático) empurrarão a cabeça do Úmero contra o Acrômio e as lesões começarão!
RESUMO DA ÓPERA: VOCÊ TEM CERTEZA QUE SEU CLIENTE PODE FAZER TAL EXERCÍCIO? NOSSA, PROF. EDER O QUE FAZER? Simples, antes de usar tal exercício alongue o que está encurtado e fortaleça o que estiver fraco. Quer saber como? Ahhh...isso é assunto para um próximo artigo. NÃO PERCAM!
BONS TREINOS E ATÉ A PRÓXIMA
quinta-feira, 7 de março de 2013
quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Alongamento
Alongamento, herói ou Vilão
“A maioria das pessoas acha que o alongamento resolve os problemas da humanidade”, diz Julio Serrão, coordenador do laboratório de Biomecânica da escola de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP). Propagada há muito tempo como protetora de lesões, o alongamento foi preconizado a muitos atletas para antes e depois das atividades físicas – teoria que caiu por terra depois que alguns estudos mostraram que não é bem assim.
De acordo com o especialista em flexibilidade Abdallah Achour (http://www.flexibilidade.com.br/), de Londrina (PR), há dois tipos de alongamento: o estático, que vai até uma determinada posição, permanece alguns segundos e retorna à posição original; e o dinâmico, no qual se vai para a posição de alongamento lentamente e, sem parar, retorna lentamente. “Também pode-se acoplar os dois métodos, começando estático, permanecendo pouco tempo e dando continuidade no dinâmico”, ensina.
Segundo Serrão, o alongamento é um tipo de exercício que ajuda a flexibilidade, uma capacidade importante dos seres humanos, mas contesta que a discussão sobre seu uso para melhorar o desempenho ou a dor tardia não são verdades. “Na rotina de treinamento, quando o atleta quer ganhar flexibilidade, o alongamento pode ser usado, mas é importante destacar que outras práticas esportivas também levam ao ganho de flexibilidade, como o trabalho de força, com exercícios de amplitude de movimento”, explica.
“Há mais de 100 estudos apontando que, antes do esporte, o alongamento reduz até 5% da força e da velocidade máximas, mas esses estudos colocam um tempo exorbitante no alongamento. Se alguém ficar um minuto e meio, dois minutos num alongamento, vai mesmo perder força e velocidade, mas na prática ninguém faz isso. As pessoas ficam, no máximo, 10, 20 segundos”, contesta Achour. Para a saúde, para adquirir flexibilidade, o especialista de Londrina conta que não há problemas em fazer alongamentos por 90 segundos, 120 segundos, mas para quem vai praticar.
Alongamento: antes ou depois?
Parte de uma estratégia de qualidade de vida saudável, o alongamento não precisa ser deixado de lado, mas “ele não pode ser feito pré-atividade física”, alerta o especialista em Biomecânica da USP, que explica que há diversos estudos que mostram que, quando um alongamento muito intenso é feito antes do exercício, perde-se a capacidade de gerar força, o que pode ser complicado para quem precisa dela para controlar choque mecânico. “Um atleta que vai correr precisa da força dos músculos para evitar traumas articulares. Se ele fadiga o músculo com um alongamento intenso, fica mais vulnerável”, diz Serrão.
A flexibilidade ajuda na postura e na irrigação sanguínea, levando oxigênio às fibras musculares e diminuindo os produtos tóxicos. Por desenvolver essa capacidade, o alongamento é sempre bem-vindo, exceto em pessoas que estejam com alguma inflamação aguda. “Mas não há relação entre lesão e alongamento. Nem antes, nem depois, ele não previne lesões e nem a dor tardia. Não há evidência experimental que suporte essa relação. Dizer que vai alongar pra não ficar dolorido é ato de fé”, critica Serrão, que afirma que se o atleta se esforçou muito na atividade física, ao fazer um alongamento intenso pós-exercício vai forçar ainda o organismo, podendo colaborar com o surgimento de algum dano.
Não é apenas o alongamento que previne lesões, segundo Achour. Além disso, é importante destacar que aquecimento não é apenas alongamento, mas sim o alongamento praticado junto da atividade cardiorrespiratória. Assim, um atleta que tiver dificuldades pra se alongar pode, segundo o especialista de Londrina, fazer uma atividade aeróbia prévia para sentir as mudanças.
“Ao menos uma vez por semana, quem não tiver muita flexibilidade, pode fazer um treino um pouco maior em alongamento, mas o profissional de Educação Física deve, antes de prescrever esse treino, verificar todas as articulações antes”, diz Achour, que dá cursos e palestras sobre o tema.
“A maioria das pessoas acha que o alongamento resolve os problemas da humanidade”, diz Julio Serrão, coordenador do laboratório de Biomecânica da escola de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP). Propagada há muito tempo como protetora de lesões, o alongamento foi preconizado a muitos atletas para antes e depois das atividades físicas – teoria que caiu por terra depois que alguns estudos mostraram que não é bem assim.
De acordo com o especialista em flexibilidade Abdallah Achour (http://www.flexibilidade.com.br/), de Londrina (PR), há dois tipos de alongamento: o estático, que vai até uma determinada posição, permanece alguns segundos e retorna à posição original; e o dinâmico, no qual se vai para a posição de alongamento lentamente e, sem parar, retorna lentamente. “Também pode-se acoplar os dois métodos, começando estático, permanecendo pouco tempo e dando continuidade no dinâmico”, ensina.
Segundo Serrão, o alongamento é um tipo de exercício que ajuda a flexibilidade, uma capacidade importante dos seres humanos, mas contesta que a discussão sobre seu uso para melhorar o desempenho ou a dor tardia não são verdades. “Na rotina de treinamento, quando o atleta quer ganhar flexibilidade, o alongamento pode ser usado, mas é importante destacar que outras práticas esportivas também levam ao ganho de flexibilidade, como o trabalho de força, com exercícios de amplitude de movimento”, explica.
“Há mais de 100 estudos apontando que, antes do esporte, o alongamento reduz até 5% da força e da velocidade máximas, mas esses estudos colocam um tempo exorbitante no alongamento. Se alguém ficar um minuto e meio, dois minutos num alongamento, vai mesmo perder força e velocidade, mas na prática ninguém faz isso. As pessoas ficam, no máximo, 10, 20 segundos”, contesta Achour. Para a saúde, para adquirir flexibilidade, o especialista de Londrina conta que não há problemas em fazer alongamentos por 90 segundos, 120 segundos, mas para quem vai praticar.
Alongamento: antes ou depois?
Parte de uma estratégia de qualidade de vida saudável, o alongamento não precisa ser deixado de lado, mas “ele não pode ser feito pré-atividade física”, alerta o especialista em Biomecânica da USP, que explica que há diversos estudos que mostram que, quando um alongamento muito intenso é feito antes do exercício, perde-se a capacidade de gerar força, o que pode ser complicado para quem precisa dela para controlar choque mecânico. “Um atleta que vai correr precisa da força dos músculos para evitar traumas articulares. Se ele fadiga o músculo com um alongamento intenso, fica mais vulnerável”, diz Serrão.
A flexibilidade ajuda na postura e na irrigação sanguínea, levando oxigênio às fibras musculares e diminuindo os produtos tóxicos. Por desenvolver essa capacidade, o alongamento é sempre bem-vindo, exceto em pessoas que estejam com alguma inflamação aguda. “Mas não há relação entre lesão e alongamento. Nem antes, nem depois, ele não previne lesões e nem a dor tardia. Não há evidência experimental que suporte essa relação. Dizer que vai alongar pra não ficar dolorido é ato de fé”, critica Serrão, que afirma que se o atleta se esforçou muito na atividade física, ao fazer um alongamento intenso pós-exercício vai forçar ainda o organismo, podendo colaborar com o surgimento de algum dano.
Não é apenas o alongamento que previne lesões, segundo Achour. Além disso, é importante destacar que aquecimento não é apenas alongamento, mas sim o alongamento praticado junto da atividade cardiorrespiratória. Assim, um atleta que tiver dificuldades pra se alongar pode, segundo o especialista de Londrina, fazer uma atividade aeróbia prévia para sentir as mudanças.
“Ao menos uma vez por semana, quem não tiver muita flexibilidade, pode fazer um treino um pouco maior em alongamento, mas o profissional de Educação Física deve, antes de prescrever esse treino, verificar todas as articulações antes”, diz Achour, que dá cursos e palestras sobre o tema.
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