quarta-feira, 11 de abril de 2012

A diferença entre a avaliação funcional e avaliação de academias

No meu modesto entendimento , o objetivo da maioria dos programas de treinamento é em melhorar a aparência, porém poucos focam em melhorar sua performance, ou rendimento atlético. No entanto ao olharmos a aparência de atletas, podemos imaginar que se treinarmos como um, nossa aparência também será igual.

Mais uma vez , dentro de meu entendimento , a utilização de um treinamento integrado e que busque o desenvolvimento de mais capacidades físicas, é que nos levará a obteremos as ferramentas adequadas para que o aluno/atleta seja mais resistente à lesões, mais forte, mais ágil, flexível e se torne um meio para que ele alcançe valores positivos em sua vida e use o sucesso em atingir essa sensação de bem estar em outras partes da sua vida pessoal e profissional.

Quando focamos em performance e/ou resultados , baseamos esse programa na busca de uma adequada execução de movimentos, dai então aumentar a força naquele mesmo padrão e só então deveríamos buscar a execução de forma explosiva. Porém para sabermos se esse atleta/aluno apresenta padrões adequados desde o início, precisamos realizar avaliações de movimento que visem identificar como o indivíduo realiza essas ações.

Neste ponto é que começo a questionar as ditas "avaliações e re-avaliações das academias.

Os maiores especialistas em treinamento e ciência do movimento dos Estados Unidos, apresentam uma análise muito interessante sobre como nossas articulações deveriam trabalhar integradamente, e como identificar e corrigir essa integração para que o corpo seja o mais produtivo possível, melhorando assim seu rendimento. Eles defendem a idéia que nossas articulações apresentam uma tendência de requisitar um trabalho focando ou em mobilidade, ou em estabilidade.

O entendimento que tiramos a partir daí , é que , cada articulação necessita de um trabalho específico baseado em suas necessidades durante movimentos;seja para o desportista e/ou o aluno(a) de academia

A montagem de um programa de treinamento que busque realmente atingir um objetivo fim PRECISA de uma avaliação e entrevista prévias , somado a isso, as avaliações posturais normalmente não são devidamente realizadas nas avaliações normais de academias

Estas "avaliações posturais das academias " são realizadas com o indivíduo numa posição estática e em pé, o que não faz com que as articulações estejam movendo-se numa amplitude que mostrariam os desequilíbrios, caso eles não sejam extremos. Portanto não teríamos a devida informação para a montagem do nosso programa baseado apenas no teste postural.

Vemos assim uma tendência que deveria se adotar ao prepararmos um programa de treinamento de nossos atletas e alunos, que é o uso de movimento durante as avaliações físicas.

Outra grande dificuldade esta na capacidade do "avaliador" de identificar as limitações em cada articulação em movimentos integrados (muito realizados no treinamento funcional e sendo base de todas as modalidades esportivas) , quando corretamente realizada por um profissional especializado nos da ferramentas para criar uma estratégia específica que realmente orientará o trabalho que deve ser realizado desde a primeira sessão.

A identificação de pontos que necessitam de mobilidade, de estabilidade e de um reequilíbrio muscular proporcionará aos profissionais do treinamento a capacidade de criar um programa que será muito mais resistente à lesões.

Há em nossas estruturas uma alternância da necessidade de mobilidade ou de estabilidade em cada articulação. Ou seja, a região cervical precisa de estabilidade; a torácica de mobilidade; os ombros de estabilidade; a lombar precisa ser muito estável; o quadril precisa das duas coisas; o joelho precisa de estabilidade; o tornozelo normalmente apresenta rigidez e precisa melhorar a capacidade de se mover e os pés precisam ser estáveis. Se essas características não forem respeitadas em cada região, a consequência aparecerá em forma de lesão em uma articulação acima ou abaixo das que se apresentam num estado disfuncional, por aumentar a sobrecarga de movimento (ou ausência de) sobre elas.

Pensando dessa maneira, vemos a avaliação funcional do movimento como uma maneira simples e efetiva de identificar esses desequilíbrios e corrigí-los de forma simples e direta através de rotinas:

➢ De curta duração,

➢ Para serem usadas como preparação do movimento no início de cada treino,

➢ Que melhoram a postura de forma rápida,

➢ Que melhoram o alongamento já na primeira sessão,

➢ Que melhoram a amplitude articular, visando um aumento na força,

➢ Que melhoram a ativação de músculos inativos, permitindo uma melhor distribuição de sobrecargas sobre o atleta

➢ e que melhoram em muito o alinhamento das articulações, diminuindo as chances de lesão.

O problema está que em sua grande maioria , as avaliações de academias são pobres de dados e servem principalmente para fazer caixa para academia , os avaliadores não observam devidamente , não coletam as informações necessárias , e pior o "instrutor/professor " na grande maioria das vezes nem vê estas avaliações , e quando vê não utiliza os dados para nada.

Sendo assim procure profissionais treinados e capacitados desde seu primeiro momento na academia, só assim você pode ter certeza de estar investindo seu tempo e dinheiro em algo que realmente lhe proporcionará resultados e satisfação pessoal.